
Assalto ao Sicredi: Justiça revoga prisão de um suspeito, mas mantém outro preso
Por: Lino Barreto com Assessoria
Publicado em 23 de Setembro de 2025 as 15:16 Hrs
O juiz Romeu da Cunha Gomes, da Comarca de Brasnorte (MT), revogou as prisões preventivas de Alex de Menezes Santana e Rubens Fernando Marcello, investigados pelo assalto à agência do Sicredi, ocorrido em 31 de julho deste ano. A decisão baseou-se na falta de elementos contemporâneos e individualizados que justificassem a manutenção da prisão cautelar dos suspeitos.
A medida determinou a substituição das prisões por medidas cautelares alternativas, com expedição de alvarás de soltura e comunicação às autoridades para fiscalizar o cumprimento das condições impostas.
Apesar da revogação inicial, Rubens Fernando Marcello permanece detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Juína. Ele chegou a ser solto por alguns dias, mas foi preso novamente após surgimento de novas evidências que motivaram a decretação de um novo mandado de prisão.
A principal acusação contra Rubens era baseada em um depoimento indireto: a esposa de um dos suspeitos relatou ter ouvido rumores de que ele, conhecido como “Nando”, estaria envolvido no crime. No entanto, a própria testemunha admitiu que não sabia se Rubens tinha ciência da ação criminosa.
Análises de imagens de um posto de combustíveis onde ele teria se encontrado com outros suspeitos também não indicaram reuniões suspeitas, apenas registros de abastecimento e interações casuais. Já o dinheiro encontrado em sua casa não foi vinculado diretamente ao roubo.
No caso de Alex de Menezes Santana, a revogação foi fundamentada em manifestação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), que restringiu a acusação contra ele ao porte ilegal de arma de fogo, afastando seu envolvimento com o roubo e a associação criminosa.
Para o juiz, a mudança no panorama processual, aliada à ausência de risco à ordem pública, à instrução processual ou à aplicação da lei penal, justificou a substituição da prisão por medidas menos gravosas.
O magistrado ressaltou, porém, que a revogação não significa absolvição, mas apenas que, neste momento da investigação, a prisão não é imprescindível.
Denúncia do MP envolve dez acusados
A denúncia foi apresentada pela promotora Roberta Camara Vieira Jacob, do MPMT, e acusa dez pessoas pelos crimes de roubo majorado, associação criminosa e favorecimento pessoal.
De acordo com o Ministério Público, o grupo invadiu a agência do Sicredi, fez funcionários reféns e fugiu com cerca de R$ 400 mil. Entre os denunciados estão os cabos da Polícia Militar Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva. Parte dos investigados já teria confessado participação no crime.
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