Deputado de MT volta a defender fim do exame e chama prova da OAB de 'esteroide de cocô'

O deputado federal José Medeiros (Pode-MT) voltou a criticar duramente a obrigatoriedade da aplicação de exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para que os bacharéis no curso de Direito possam exercer a profissão de advogado. Desta vez, o congressista afirmou que os exames da Ordem são sustentados na gambiarra.

 

Além disso, Medeiros destaca que o bacharel em Direito é usado como “garoto de luxo” quando vai para o mercado de trabalho, mas não tem o registro na Ordem. “O que eu tenho dito é a questão legal. A OAB, os advogados são muitos draconianos em exigir cumprimento da lei, mas quando se refere a OAB é tudo na gambiarra. Os exames são sustentados na gambiarra, a personalidade jurídica é uma gambiarra”, disse o deputado em entrevista a Rádio Centro América, na manhã desta segunda-feira (11). 

 

Segundo Medeiros, a exigência da aprovação no exame da OAB fere o princípio da isonomia. Ele ainda cita outras profissões que são importantes e não precisam da burocracia de uma prova para que os bacharéis exerçam a profissão. “Em uma sexta-feira quando se formam os alunos, o médico, o engenheiro, o jornalista, na segunda-feira o garoto que formou em Medicina vai trabalhar, o de Engenharia vai trabalhar, o jornalista também. O cara que se formou em Direito vai trabalhar? Não! Pode ser que seja boy de luxo em algum escritório de advocacia, diz que ele é bacharel, bacharel em que? Ele fez o curso de Direito, o diploma que ele ganhou é para advocacia, mas não pode assinar como advogado”, desabafou. 

 

O parlamentar afirmou que não importa se advogado é mal formado. Isso porque, segundo ele, outros profissionais também não executam bem sua profissão.

 

Ele ainda classifica prova da OAB como “esteroide de cocô”. “Não estou nem aí se o advogado é mal formado, isso é problema do MEC. Não estou discutindo que não haja advogado que não presta por aí. Mas será que este esteroide de cocô caiu só no curso de advocacia, será que esta má qualidade esta só no curso de advocacia. Temos bons engenheiros, bons médicos, nestas profissões o mercado se regula. Mas temos que ter uma regulação só para o Direito, senão a sociedade se dissolve”, detona. 

 

Por fim, ele afirma que vai seguir defendendo a não obrigatoriedade da prova da OAB baseado no histórico de bons advogados que não possuem registro. “Eu me preocupo muito mais com o cara que vai partir minha barriga com bisturi e do cara que vai fazer uma casa, este é controle de mercado. Os melhores advogados de Cuiabá não prestaram exame, os juízes que estão no Tribunal de Justiça nunca prestaram exame, os caras do Supremo Tribunal Federal  ninguém prestou exame. Essa gambiara surgiu em 1994”, disparou.

 

O parlamentar é bacharel em Direito, mas disse que nunca realizou a prova da OAB. Ele é policial rodoviário federal concursado.