Tenente-coronel da PM é exonerado em Juína após denúncia de estupro e assédio

Defesa do militar nega as acusações.

Por: Lázaro Thor, ICL Notícias

Publicado em 21 de Agosto de 2025 as 16:17 Hrs

O tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso, Alexandre José Dall''Acqua, foi exonerado do cargo de comandante do 20º Batalhão da PM em Juína (a 735 km de Cuiabá) após denúncias de estupro e de duas tentativas de estupro. A decisão foi publicada na última terça-feira (12), após a Corregedoria da PM instaurar inquérito para investigar o caso.

Segundo a denúncia recebida em abril deste ano, por meio do sistema Fala, Cidadão, o oficial teria estuprado uma estagiária que atuava no 8º Comando Regional de Juína. O crime teria ocorrido no dia 19 de fevereiro de 2024, durante a solenidade de passagem de comando, quando o militar assumiu oficialmente a unidade.

Novos relatos de vítimas

Além do estupro, a Corregedoria apura denúncias de que o tenente-coronel teria continuado a assediar a estagiária dentro do quartel. Em um dos episódios narrados, ocorrido em setembro de 2024, ele teria puxado a jovem pelo braço e exigido que saísse com ele, sendo contido apenas após a intervenção de outros policiais.

O inquérito também cita outras possíveis vítimas: uma policial civil do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), uma servidora da Prefeitura de Juína e mulheres do município de Aripuanã (a 1.197 km de Cuiabá), área de influência do comando chefiado por Dal Acqua.

Acompanhamento às vítimas

De acordo com a assessoria da PM, o afastamento do oficial foi determinado pela Corregedoria um dia após uma das vítimas prestar depoimento. Uma equipe da Patrulha Maria da Penha de Cuiabá foi enviada a Juína para acompanhar o caso, ouvir uma segunda vítima e oferecer apoio psicológico e emocional às mulheres e seus familiares.

“Em decorrência da lei, o IPM tramita sob sigilo por se tratar de denúncia de violência sexual contra mulheres, em resguardo às vítimas. A Polícia Militar ressalta que trabalha para elucidar o caso e que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes”, diz a nota da instituição.

Defesa nega acusações

O advogado do militar, Geraldo Silva Bahia Filho, afirmou que a exoneração do comando não representa punição administrativa e que o cliente continua exercendo suas funções. Segundo ele, as acusações não têm respaldo em fatos e “representam um ataque à honra do militar”.

Em nota, a defesa destacou ainda que o oficial “mantém-se sereno, convicto de sua inocência e à disposição da Justiça para todos os esclarecimentos necessários”. O advogado também lamentou o vazamento de informações à imprensa, alegando que isso gera interpretações parciais e distorcidas sobre o caso.

Sigilo na investigação

A Corregedoria da PM instaurou o Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar os fatos, que tramita sob sigilo. O processo busca reunir depoimentos, documentos e provas relacionadas às denúncias de estupro e assédio sexual contra o tenente-coronel.

A principal denunciante, a estagiária do 8º Comando Regional, disse à reportagem que tem medo de falar e não quis conceder entrevista ou informar contato de sua defesa.

banco_img/banners/banner_3/6066919127.jpg

banco_img/banners/banner_12/1665941975.gif

banco_img/banners/banner_14/5226744441.gif

banco_img/banners/banner_5/1709363972.gif

- COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.