Mãe, avó e neta foram encontradas mortas em apartamento; mortes foram provocadas por intoxicação por monóxido de carbono
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) divulgou nesta quinta-feira (26) a conclusão da investigação que apurou a morte de três mulheres da mesma família — avó, mãe e neta — no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, em maio deste ano.
A apuração apontou que Daniela Teixeira Antonini, de 42 anos, provocou a própria morte, a da filha Giovanna, de 1 ano e 7 meses, e da avó da criança, Cristina, de 68 anos. Elas foram encontradas dentro de um dos quartos do apartamento onde moravam, no dia 9 de maio. As mortes teriam acontecido cerca de três dias antes da localização dos corpos.
Equipes da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) Sul concluíram que as mortes foram provocadas por intoxicação por monóxido de carbono, liberado por três bandejas com carvão acesas no interior do quarto.
De acordo do Iara França Camargos, delegada responsável pelo caso, as apurações e os elementos coletados indicaram que as mortes foram planejadas pela mulher de 42 anos. “Chegamos à conclusão de que ela arquitetou o ato, o que caracteriza o crime de homicídio seguido de suicídio. Ela vedou o ambiente, preparou os braseiros e deitou com a filha e a mãe que já dormia sob efeito de medicação”, afirmou.
Uma carta deixada pela mulher também ajudou a investigação a concluir o caso. Em trecho da carta ela escreveu que há dois anos enfrentava depressão e que o sofrimento agora acabaria e que levaria consigo as duas pessoas que dependiam dela.
A filha tinha uma condição congênita grave e havia passado por uma cirurgia dois meses antes do crime. Dificuldades financeiras também foram motivos apontados por Daniela na carta. Os policiais ainda encontraram documentos que apontam que ela sofria de depressão e questões psíquicas.
Segundo a polícia, mãe e filha mantinham uma rotina de isolamento, sem vínculos próximos com demais familiares e Daniela apresentava histórico de depressão desde a juventude, com relatos de tentativas de suicídio anteriores e dificuldades de relacionamento social. Após o nascimento da filha, os sintomas teriam se intensificado.
“Apesar das dificuldades, as investigações mostram que a criança recebia todos os cuidados e havia apoio financeiro de familiares paternos e de programas públicos. Contudo, o adoecimento mental da mãe parece ter influenciado decisivamente em suas ações”, completou a delegada.
A familia também tinha quatro cães de estimação que foram localizados no apartamento em avançado estado de decomposição.