Sobe para 21 número de mortos em atentado na Colômbia
Carro-bomba explodiu em escola de policiais, no pior ataque em Bogotá em 16 anos
Por: AFP
Publicado em 18 de Janeiro de 2019 as 10:25 Hrs
Subiu nesta sexta-feira (18) para 21 o número de mortos na explosão de um carro-bomba em uma escola de policiais em Bogotá, capital da Colômbia, afirmou a polícia em nota.
A explosão, nesta quinta, foi classificada como terrorista pelo governo.
O presidente Iván Duque declarou três dias de luto após o atentado.
José Aldemar Rojas, 56, foi apontado como o motorista da SUV que continha 80 kg de explosivos. Nenhum grupo armado foi vinculado ainda com o atentado.
"Este ato terrorista insano não ficará impune. Os colombianos nunca se submetem ao terrorismo, sempre o derrotamos. Esta não será a exceção", disse Duque em declaração à imprensa ao lado do procurador-geral, Néstor Humberto Martínez.
Duas equatorianas estão entre as vítimas, a cadete Erika Chicó, que morreu, e Carolina Sanango, que sofreu ferimentos leves.
Dois cadetes panamenhos ficaram feridos no atentado, de um grupo de 45 alunos da academia procedentes do Panamá, informou o presidente panamenho, Juan Carlos Varela.
O veículo, que, segundo o MP, tinha passado por uma revisão em julho de 2018 em Arauca (fronteira com a Venezuela), explodiu durante uma cerimônia de promoção de oficiais e cadetes.
"Ouvi como se o céu tivesse caído na minha cabeça. Foi uma explosão muito grande e, quando saí, tinha muita fumaça", disse Rocío Vargas, vizinha do local.
Segundo relatos da polícia, um cão farejador detectou os explosivos. Quando foi descoberto, Rojas acelerou o carro e atropelou um policial. Três militares foram atrás do veículo que, segundos depois, explodiu.
Esse é o pior ato de terror na capital colombiana desde fevereiro de 2003, quando os rebeldes do atual partido Farc detonaram um carro-bomba no clube El Nogal. Trinta e seis pessoas morreram, e dezenas ficaram feridas, nesse episódio.
Duque, que assumiu o cargo em agosto de 2018, tem endurecido a política de combate às drogas no país, maior produtor de cocaína do mundo, e estabeleceu condições para reavivar as negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), última guerrilha ativa no país.
Além do ELN —que, no passado, admitiu ataques com explosivos contra a polícia—, também operam no país gangues de narcotráfico de origem paramilitar e dissidências das Farc, que lutam pelo controle territorial em meio a uma espiral de violência seletiva contra líderes sociais, que já deixou 438 mortos desde janeiro de 2016.
Há um ano, a polícia também foi alvo de um ataque a bomba dentro de uma delegacia em Barranquilla. Seis militares morreram e 40 ficaram feridos. Dias depois, o ELN, cuja delegação de paz está em Havana, assumiu a ação.
Na véspera do ataque desta quinta-feira, um novo grupo de aspirantes a oficiais entrou na escola. Outros, como Jonathan Oviedo, retomaram suas aulas.
"Meu irmão Jonathan, que é cadete, conseguiu falar conosco e nos disse que estava ferido. Depois um tenente foi até o telefone, e a comunicação foi interrompida. Nos dois anos que ele está na polícia nunca enfrentou uma situação assim", contou Carol Oviedo.
Uma funcionária da saúde das Forças Armadas disse à imprensa que o veículo invadiu "abruptamente" a academia da polícia.
"Ele entrou abruptamente, quase atropelando os policiais, e depois explodiu", relatou Fanny Contreras.
Enquanto isso, Duque solicitou a colaboração dos colombianos para "desmantelar a estrutura criminosa" que executou o ataque, embora não tenha mencionado nenhuma organização específica.
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