
FMI reduz projeção de crescimento global em 2019 de olho em China, EUA e Alemanha
Estimativa para o Brasil também caiu para 2,1% neste ano; reforma da Previdência é necessária, diz relatório
Por: Folha de S. Paulo
Publicado em 09 de Abril de 2019 as 15:53 Hrs
Relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgado nesta terça-feira (8) aponta mais um corte em sua estimativa de crescimento global em 2019, para 3,3%, conforme persistem tensões comerciais e a desaceleração econômica de países-chave.
O "World Economic Outlook" de outubro no ano passado projetava um avanço de 3,7%, que já havia sido atualizado para 3,5% em janeiro deste ano.
Após um forte crescimento em 2017 e no início de 2018, diz o FMI, a atividade econômica mundial desacelerou no segundo semestre do ano passado, refletindo uma escalada nas disputas comerciais —notadamente a guerra tarifária entre Estados Unidos e China—, um declínio na confiança das empresas, o aperto de condições financeiras e a maior incerteza política em muitos países.
Segundo o relatório, além da disputa com os EUA, a China sofreu com um aperto regulatório para controlar dívidas e um sistema financeiro que opera paralelamente. O enfraquecimento da demanda por importações no país, por sua vez, impacta parceiros comerciais na Ásia e na Europa.
Soma-se a isso a queda na confiança de consumidores e empresários da zona do euro, que perdeu mais ímpeto econômico do que o esperado. O relatório cita ainda a produção de automóveis na Alemanha —principal força econômica do bloco—, que foi abatida por novos padrões para emissão de poluentes, além das preocupações crescentes de que um acordo para o 'brexit' (retirada do Reino Unido da União Europeia) não saia.
Em relação ao relatório de outubro, o crescimento alemão, por exemplo, foi cortado em 1,1 ponto percentual e, agora, o FMI diz que a potência europeia só cresce 0,8% neste ano.
"Tensões comerciais, cada vez mais, prejudicaram a confiança das empresas e, portanto, o sentimento do mercado financeiro se agravou, com condições de aperto para mercados emergentes vulneráveis na primavera [outono no hemisfério sul] de 2018 e depois em economias avançadas no final do ano, pesando sobre a demanda global", diz o relatório.
Essas condições até se acomodaram no início de 2019, após o banco central americano sinalizar uma postura mais cautelosa em sua política monetária e os mercados ficarem mais otimistas com um possível acordo comercial EUA-China. Segundo o relatório, isso ajudou a fortalecer moedas emergentes como o real brasileiro.
Ainda assim, o FMI afirma que o clima está um pouco mais restritivo do que na avaliação do relatório anterior.
Economias emergentes como um todo devem crescer 4,4% neste ano e 4,8% em 2020, num movimento liderado pela China, que avança na casa dos 6%, e pela Índia, que supera 7%.
As projeções para o Brasil são bem mais modestas: 2,1% em 2019, um corte de 0,4 ponto percentual ante a atualização de janeiro. Para 2020, houve ligeira alta para 2,5%. Rigidez estrutural, termos de trocas comerciais moderados e desequilíbrios fiscais pesam sobre as perspectivas brasileiras, de acordo com o FMI.
"No Brasil, a principal prioridade é conter o aumento da dívida pública, garantindo simultaneamente que as despesas sociais necessárias permaneçam intactas", diz o relatório. Para conter as despesas crescentes, acrescenta, são necessárias reformas na massa salarial do funcionalismo e no sistema de aposentadoria, "protegendo, ao mesmo tempo, programas para os vulneráveis".
"Baseada em recentes reformas nos mercados de trabalho e de crédito, esforços para melhorar a infraestrutura e a eficiência da intermediação financeira ajudariam a elevar a produtividade
e impulsionar as perspectivas de crescimento a médio prazo", afirma o FMI.
O relatório cita ainda que o rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais, contribuiu para a elevação dos preços do minério de ferro globalmente.
BALANÇO DE RISCO
No front positivo para o segundo semestre de 2019, o relatório considera, entre outras coisas, a continuidade das políticas de estímulo econômico na China e a estabilização gradual de economias emergentes que sofreram choques no ano passado, como Argentina e Turquia.
"O impulso para mercados emergentes e economias em desenvolvimento é projetado para continuar em 2020, refletindo principalmente desenvolvimentos nas economias que atualmente experimentam sofrimento macroeconômico —uma previsão sujeita a incerteza", pondera o FMI.
No relatório de abril deste ano, também houve redução na estimativa de crescimento para 2020, de 0,1 ponto percentual, a 3,6% —mesmo ritmo registrado em 2018.
A atividade nas economias avançadas deve seguir desacelerando gradualmente, conforme o impacto do estímulo fiscal dos EUA se dissipa.
Para 2020, Índia e China devem ter um crescimento mais robusto do que o resto do mundo, sustentando o avanço de 3,6%, ainda que o desempenho chinês se torne moderado eventualmente.
"O fraco crescimento da produtividade do trabalho e a desaceleração da expansão da força de trabalho em meio ao envelhecimento da população vai arrastar economias avançadas para um crescimento menor ao longo do horizonte de projeção", diz o relatório.
Segundo o FMI, em todas as economias, "o imperativo é tomar ações que aumentem o potencial de crescimento, melhorem a inclusão e fortaleçam a resiliência".
"No nível multilateral, a principal prioridade é que os países resolvam desacordos comerciais de maneira cooperativa, sem elevar as barreiras distorcidas que desestabilizariam ainda mais uma economia global em desaceleração."
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