Doações prometidas para reconstrução de Notre-Dame somam quase R$ 3 bilhões
Bilionários, entidades e cidadãos anônimos enviam recursos para custear os reparos
Por: AFP
Publicado em 16 de Abril de 2019 as 15:34 Hrs
Milionários, governos, entidades e pessoas comuns estão se mobilizando para financiar a longa e custosa reconstrução da catedral de Notre-Dame de Paris, em parte destruída por um incêndio devastador. As promessas de doações feitas publicamente somam cerca de 680 milhões de euros (R$ 2,98 bilhões).
O presidente Emmanuel Macron prometeu reconstruir o emblemático edifício gótico, cujo pináculo (flecha) desabou e parte do telhado foi destruído pelo incêndio, ocorrido na segunda (15) e extinto após mais de nove horas.
O bilionário francês Bernard Arnault anunciou nesta terça-feira que ele e seu grupo LVMH, especializado em produtos de luxo, doarão 200 milhões de euros para a reconstrução. O LVMH é dono de marcas como Chandon, Givenchy, Christian Dior e Louis Vuitton.
A oferta foi feita depois que a Kering, grupo de moda fundado por outro bilionário francês, François Pinault, ofereceu 100 milhões de euros para "reconstruir completamente Notre-Dame". Marcas como Gucci, Saint Laurent e Balenciaga fazem parte de seu portfólio.
A fabricante de cosméticos L'Oréal anunciou que também doará 200 milhões de euros. A petroleira Total, por sua vez, doará 100 milhões de euros.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, disse nesta terça que a cidade financiaria a reconstrução com 50 milhões de euros e propôs uma conferência internacional para coordenar as doações e restaurar o edifício.
O governo da região de Île-de-France, que inclui Paris e seus arredores, prometeu 10 milhões de euros.
O empresário Marc Ladreit de Lacharrière, que atua no mercado financeiro, afirmou que deseja participar com 10 milhões de euros "para a reconstrução da flecha". A família Bouygues, com negócios em construção e telecomunicações, prometeu o mesmo montante.
A bilionária brasileira Lily Safra fez uma "doação importante", segundo afirmou à AFP Stéphane Bern, encarregado do órgão de patrimônio, sem revelar o montante.
O CEO da Apple, Tim Cook, anunciou em uma rede social que a empresa de Cupertino também doará, mas o valor não foi divulgado. A Apple tem US$ 245 bilhões em caixa.
Esse impulso de solidariedade "se deve à posição completamente excepcional de Notre-Dame", considera François Debiesse, chefe da associação Admical, que promove o mecenato corporativo.
As enormes doações já anunciadas credenciam as empresas a obter um desconto, no imposto de renda, de 60% do valor repassado em forma de mecenato –no limite de 0,5% do faturamento total das firmas em questão.
Por isso, vozes já começaram a se erguer para pedir a revisão do dispositivo. “É o poder público que vai arcar com a maior parte dos custos da reconstrução”, criticou o deputado do partido Republicanos (oposição) Gilles Carrez. “Pode gerar um problema orçamentário para 2020.
”O Estado francês perde cerca de 900 milhões de euros por ano com o abatimento fiscal, e o buraco só faz crescer, já que o mecenato de pessoas jurídicas viu seus valores se multiplicarem por dez nos últimos 15 anos, segundo o jornal Le Monde.
COMO DOAR
Enquanto os bombeiros ainda trabalhavam, empresas e anônimos começaram a fazer doações pelo site da Fondation du patrimoine, que organiza a arrecadação de recursos.
A Heritage Foundation, uma organização francesa financiada por fundos privados, também pede doações em seu site, bem como iniciativas na página de crowdfunding Leetchi.
Para reconstruir o templo, que anualmente recebe 13 milhões de visitantes —uma média de 35 mil pessoas por dia—, serão necessários artesãos especializados e madeiras raras.
O diretor do grupo Charlois, o maior fornecedor de carvalho na França, prometeu oferecer os melhores materiais para reconstruir a complexa armação de madeira, conhecida como "a floresta", devido ao número de vigas usadas para construí-la.
"As obras certamente vão levar anos, talvez décadas, e serão necessários milhares de metros cúbicos de madeira. Vamos ter de encontrar as melhores peças, de grande diâmetro", explicou Sylvain Charlois à rádio France Info.
A Unesco, com sede em Paris, prometeu trabalhar com a França para restaurar a catedral, inscrita desde 1991 em sua lista de patrimônios da humanidade.
"Já estamos em contato com especialistas e preparados para enviar uma missão urgente para avaliar os danos, salvar o que pode ser salvo e começar a tomar medidas para o curto e médio prazo", disse Audrey Azoulay, secretário-geral da agência da ONU, em comunicado.
Em Nova York, a associação French Heritage Society pediu doações de seus 450 membros.
A restauração poderá custar centenas de milhões de euros por vários anos, até mesmo décadas, embora especialistas afirmem que as consequências poderiam ter sido piores. É por isso que muitas pessoas pediram uma mobilização de recursos para uma rápida reconstrução.
"Desde ontem venho ouvindo que levará uma década, é um absurdo", disse à AFP o ex-ministro francês da Cultura, Jack Lang.
Lang pediu um plano de três anos para reconstruir o telhado e a flecha, que desabou duas horas após o início do incêndio. "Precisamos estabelecer um prazo curto, como fizemos outras vezes em outros trabalhos excepcionais", disse ele.
O edifício gótico estava sendo reformado para reparar o efeito do clima e da poluição, com um orçamento de 11 milhões de euros, financiado pelo Estado francês.
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