Coreia do Norte precisa de garantias de segurança para se desnuclearizar, diz Putin
Líder russo defendeu que conflitos internacionais sejam resolvidos pela lei, e não pela força
Por: AFP e REUTERS
Publicado em 25 de Abril de 2019 as 16:09 Hrs
O presidente russo, Vladimir, Putin disse na quinta-feira (25) que a Coreia do Norte necessita de garantias e que sua desnuclearização só poderá ser feita por meio do direito internacional, e não pela força.
A Coreia do Norte precisa de "garantias sobre a sua segurança e a preservação de sua soberania", disse Putin, depois de se reunir com o ditador Kim Jong-un.
No início do encontro, o primeiro realizado entre os dois líderes, Putin recebeu Kim com um longo aperto de mãos na ilha de Russki, diante do porto de Vladivostok, no extremo oriente russo, onde o ditador norte-coreano chegou na quarta-feira após uma viagem de 10 horas em seu trem blindado.
"Precisamos restaurar o poder do direito internacional, voltar ao modelo no qual o direito, e não a lei do mais forte, determina a situação no mundo", disse Putin.
Putin disse que discutirá com os EUA o que foi tratado com Kim. "Aqui não há segredos, não há conspirações. O próprio presidente Kim nos pediu para informar aos EUA sobre nossa posição."
O presidente russo assegurou que os interesses de seu país coincidem com os dos EUA no sentido de que ambos defendem uma desnuclearização completa.
"Tive a impressão de que o líder norte-coreano compartilha o mesmo ponto de vista. E tudo que precisamos são garantias de segurança", acrescentou Putin.
Kim Jong-un, por sua vez, se esforçou nesta quinta-feira para reavivar os "vínculos históricos" entre Rússia e Coreia do Norte.
Dois meses depois do grande fracasso do segundo encontro com o presidente americano, Donald Trump, em Hanói, o norte-coreano afirmou que teve um "momento muito bom" com o presidente russo após duas horas de reunião em Vladivostok.
"Acabamos de ter uma troca de opiniões muito substancial", afirmou Kim.
Nenhum comunicado estava previsto, nem a assinatura de acordos durante o encontro, o primeiro a este nível entre os dois países desde o encontro em 2011 entre Kim Jong-Il e o ex-presidente e atual primeiro-ministro Dmitri Medvedev.
O pai do atual líder norte-coreano, falecido em dezembro de 2011, afirmou naquela oportunidade que estava disposto a renunciar aos testes nucleares. Mas o governo de Kim Jong-un realizou quatro testes nucleares e de disparo de mísseis intercontinentais, com capacidade de atingir o território continental americano.
Após anos de aumento da tensão, em consequência dos programas nuclear e balístico de Pyongyang, Kim se reuniu em quatro ocasiões desde março de 2018 com o presidente chinês, Xi Jinping, três com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e duas com Trump.
No último encontro com o presidente dos EUA, Kim tentou conseguir uma redução das sanções internacionais aplicadas para obrigar o país a renunciar a suas armas atômicas. Mas as discussões terminaram antes do previsto em consequência das profundas divergências com Washington, sobretudo pelas concessões que Pyongyang estava disposta a fazer.
O regime norte-coreano fez na semana passada críticas pesadas a Mike Pompeo, o secretário de Estado americano, e pediu que ele não participe mais nas negociações sobre a questão nuclear.
Moscou defende um diálogo com Pyongyang baseado em um plano definido por China e Rússia. O país já solicitou a retirada das sanções internacionais, enquanto o governo dos Estados Unidos acusou o Kremlin de ajudar a Coreia do Norte a evitar as punições.
TRABALHADORES
Além da questão nuclear, Kim e Putin conversaram sobre o aumento da cooperação econômica e, mais concretamente, sobre a questão da mão de obra norte-coreana.
Quase 10 mil trabalhadores do país asiático estão empregados na Rússia, o que representa uma importante fonte de divisas para Pyongyang.
Mas a resolução 2.397 do Conselho de Segurança da ONU, de dezembro de 2017, solicitou a todos os países com trabalhadores norte-coreanos que os enviassem de volta ao país no prazo de dois anos.
A relação entre Pyongyang e Moscou teve início no período soviético. A URSS forneceu apoio crucial a Kim Il-sung durante a Guerra Fria, mas as relações avançaram de maneira irregular, em particular porque o fundador da Coreia do Norte era um mestre na arte de jogar com a rivalidade entre chineses e soviéticos para obter concessões dos dois lados.
Pouco depois de sua primeira eleição como presidente, Putin tentou normalizar as relações e se reuniu em três ocasiões com Kim Jong-il, pai e antecessor do atual líder. O primeiro encontro aconteceu em Pyongyang em 2000, o que fez de Putin o primeiro governante russo a viajar à Coreia do Norte.
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