Vereador Carreirinha contesta decisão judicial e dispara contra ex-delegado

O parlamentar também criticou o Ministério Público, que teria recebido denúncias graves contra o ex-delegado, porém arquivadas.

Por: Repórter em Ação

Publicado em 30 de Julho de 2025 as 18:14 Hrs

A decisão da Justiça Eleitoral que declarou a inelegibilidade e determinou a cassação do diploma do vereador Reginaldo Martins Ribeiro, o “Carreirinha”, causou forte repercussão em Brasnorte. O parlamentar, se manifestou ao vivo nesta quarta-feira (30) em entrevista à Band FM, onde classificou a sentença como "descabida" e insinuou suspeitas sobre a conduta do juiz responsável pelo caso, Romeu da Cunha Gomes.

A ação que resultou na condenação de Carreirinha foi movida pela Coligação Coragem para Mudar e pelo Diretório Municipal do Partido Liberal (PL), com base em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). O juiz determinou a inelegibilidade do vereador por oito anos e a cassação imediata de seu diploma, com a consequente retotalização dos votos do pleito de 2024 no município.

Durante a entrevista, Carreirinha afirmou ter sido surpreendido. “Não imaginava que ia acontecer isso. Tomei um choque. Respeito a decisão do juiz, mas acredito que foi muito errônea. Vou recorrer”, afirmou. O parlamentar ainda destacou que procurou jurisprudência em outros casos semelhantes, mas não encontrou algo nos mesmos moldes.

Carreirinha aproveitou a oportunidade para atacar um dos principais envolvidos no processo: o ex-delegado e ex-candidato a prefeito de Brasnorte, Eric Fantin. “Esse embate com o Eric já dura mais de dois anos. Ele me chamava de criminoso, traficante, ladrão, corrupto, sem nunca citar meu nome. Mas nunca provou nada. Isso não tem a ver com política. É pessoal”, declarou.

A crítica escalou em tom quando se referiu ao ex-delegado como “inseto, cafajeste e canalha”. O vereador reforçou: “Se for pra sair da Câmara por tudo que eu falei, eu vou sair, mas não retiro uma vírgula”.

O Ministério Público também foi alvo das declarações. Segundo Carreirinha, denúncias que foram feitas contra o ex-delegado teriam sido ignoradas. “Está tudo em PDF, com provas, com áudios, mas foi arquivado. O GAECO deveria vir aqui e fazer uma investigação séria”, provocou.

Carreirinha ainda apontou possíveis indícios de favorecimento e antecipação da decisão. “O advogado do delegado saiu dizendo que tinha proximidade com o juiz. A vereadora Célia, chegou na Câmara dizendo que eu ia ser cassado com mais de um mês de antecedência. Então quero saber: isso tudo já estava organizado?”, questionou.

Sobre os vídeos íntimos vazados do ex-delegado nas redes sociais, o vereador negou qualquer envolvimento. “É mentira que fui eu quem compartilhou. Se o juiz mostrar que fui eu, peço meu afastamento da Câmara. Ele foi induzido ao erro”, afirmou.

Mesmo diante da condenação, Carreirinha garantiu ter recebido apoio político. “Deputados como Juca do Guaraná e Janaina Riva, demonstraram apoio. Estou sentindo que é uma injustiça e vou me defender”, finalizou.

Até o julgamento do recurso pela segunda instância, o vereador permanece no cargo. O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) é quem dará a palavra final sobre o futuro político de Reginaldo Carreirinha.

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