'Se melhorar, melhorou! Se não melhorar, que morra!', desabafa morador de Juína diagnosticado com Covid
O paciente afirma que só recebeu medicação após várias cobranças.
Por: Repórter em Ação
Publicado em 07 de Julho de 2020 as 18:10 Hrs
O paciente que terá o nome preservado, explicou que após ser diagnosticado com a Covid-19 foi encaminhado para ficar em isolamento domiciliar, sem qualquer medicação ou instrução de como se proceder. Positivo no teste rápido e confirmado pelo LACEN, o paciente foi orientado a ficar dentro de casa, em isolamento, um procedimento padrão.
“Da a entender que a pessoa que testa positivo (pra Covid), é pra ficar em casa, se melhorar melhorou! Se não melhorar, que morra! Porque não tem uma medicação, não tem uma instrução, não tem nada! ”, disse ao Repórter em Ação.
No entanto, o morador relata a falta de apoio da secretaria de saúde, tanto pela ausência de orientações de como proceder, quanto pela falta de qualquer medicação para usar no período de isolamento social.
“Esse suporte que a secretária de saúde fala, que eles ligam e monitoram, é pra saber se realmente a pessoa está cumprindo o isolamento, só isso! O mínimo que eles deveriam fazer é já se preocupar em fornecer pelo menos uma dipirona para as pessoas”, desabafou.
Após reclamar por algumas vezes, a unidade de saúde forneceu ao paciente uma cartela de azitromicina, que conseguiu ainda com recurso próprio, comprar outro medicamento, a ivermectina que está em falta em Juína.
“A gente tem a sensação de que é colocado no isolamento pra esperar, se seu organismo reagir bem à doença você sobrevive, se seu organismo não resistir você vai para uma UPA e será entubado, isso é revoltante!”, finalizou.
Em Juína o debate da distribuição do kit Covid, implantado em várias cidades, ganhou grande repercussão. Mesmo com aprovação da Câmara de Vereadores, o prefeito Altir Peruzzo (PT), afirmou ser contra o kit e disse que a indicação da Câmara “não tem validade nenhuma”, em referência ao conhecimento que os parlamentares têm sobre o assunto.
O autor da indicação por sua vez rebateu. “Muitas pessoas que batem no peito e falam que é contra o Kit Covid, todo mês o salário deles está caindo na conta. Agora aqueles coitadinhos que tem uma empresa pra tocar, não vão dar conta de pagar o aluguel deles, nem do funcionário deles, tudo por causa às vezes de um prefeito que não quer descer do salto”, disparou Aélcio Moreira, vereador do Patriota.
A outra polêmica se deu na mesma semana. Enquanto num dia o prefeito afirmava ser contra o kit porque a distribuição dos medicamentos é um ato médico, e a função dele é garantir os remédios à população, no outro a secretária de saúde Leda Villaça confirmava que não tem os medicamentos no município.
Villaça explicou que de fato não tem a ivermectina. Com problemas numa licitação no mês passado, um novo processo foi preciso ser feito para iniciar a compra agora em julho.
Disse ainda que Juína possui a hidroxicloroquina (foram manipulados 1.000 comprimidos), no entanto, a medicação só é usada apenas no hospital municipal, para pacientes internados no Centro Covid.
Vários médicos do Brasil inteiro vêm defendendo o tratamento da Covid-19 já nos primeiros sintomas para evitar superlotação de leitos de UTI. No chamado tratamento precoce, o médico pode prescrever além da ivermectina, a azitromicina e até a hidroxicloroquina entre outros medicamentos, dependendo do quadro de saúde do paciente.
Nesta terça-feira, o presidente da república Jair Bolsonaro confirmou que testou positivo para o novo coronavírus. Bolsonaro destacou que, aos primeiros sintomas da Covid-19 e antes do resultado do exame que confirmou que ele está com a doença, já fez uso preventivo da hidroxicloroquina. A ação do presidente coincide com a nova diretriz adotada pelo Ministério da Saúde, sob gestão do interino general Eduardo Pazuello, que exalta o tratamento precoce contra a doença. Os antecessores do ministro, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, priorizavam o isolamento social e a testagem em massa.
“Mas, dado os sintomas, a equipe médica resolveu aplicar a hidroxicloroquina. Eu tomei no dia de ontem, por volta das 17h, o primeiro comprimido, e azitromicina também. Todo esse composto foi ministrado e, confesso, que como acordo muito durante à noite, depois da meia-noite me senti um pouco melhor. Às 5h eu tomei a segunda dose da cloroquina, e confesso a vocês que estou perfeitamente bem", declarou o presidente. Ele ainda ressaltou que está tomando essas medidas protocolares com objetivo de evitar a contaminação de terceiros.
O depoimento de Bolsonaro coincide com uma nova mudança na diretriz da comunicação do Ministério da Saúde, que está trocando a recomendação do "fique em casa" pela busca por médicos aos primeiros sintomas da doença. A pasta já havia anunciado, em maio, o novo protocolo para uso da cloroquina no Brasil, recomendando o uso a pacientes nos estágios iniciais da infecção por coronavírus, e em dosagens mais baixas.
O general Pazuello mantém estratégias mais alinhadas com alguns anseios de Bolsonaro. E isso tem se refletivo nos protocolos da pasta, que se tornaram mais flexíveis do que o de seus antecessores. O novo protocolo da cloroquina, por exemplo, foi publicado três dias depois de Pazuello se tornar ministro interino. Em junho, a pasta ampliou o protocolo e passou a recomendar o medicamento também para gestantes e crianças e adolescentes, que passaram a fazer parte dos grupos de risco.
A eficácia da cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 ainda é motivo de debate científico. Mesmo assim, o Ministério da Saúde já distribuiu mais de 4,4 milhões de comprimidos do medicamento para todo o país.
Um novo protocolo de diagnóstico para Covid-19 também foi implementado na atual gestão, com a utilização do diagnóstico clínico. Ou seja, o médico poderá dizer se o paciente tem ou não a doença, sem precisar de um teste laboratorial, como é o comum.
(Com informações adicionais da Gazeta do Povo)
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