Pesquisa revela que cuiabanos aprovam isolamento e temem centenas de mortes
Por: Rodivaldo Ribeiro
Publicado em 03 de Abril de 2020 as 16:02 Hrs
Pesquisa recente feita pelo Instituto Analisando, com participação de professora do IFMT reflete a confusão da população cuiabana sobre os efeitos da pandemia de Covid-19. Ao mesmo tempo em que 88,6% acreditam que a doença vai causar muitas mortes, só 55% consideram o isolamento social realmente necessário, conforme preconiza a OMS (Organização Mundial de Saúde) e Ministério da Saúde.
A pesquisa foi realizada entre os dias 30 de março e 02 de abril. Feita em método survey de opinião, com margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, ouviu 501 pessoas entre 16 e 60 anos, de ambos os sexos.
Chama a atenção o fato de 88,5%, paradoxalmente, serem contra o principal argumento do presidente Jair Bolsonaro, que considera que a economia deve ser priorizada, e opinaram que salvar o maior número de vidas possível é que deve ser o norte das ações dos governos municipais, estaduais e federal. Só 6,4% acham que é uma notícia falsa enquanto 5% não souberam ou não quiseram responder.
Outro dado interessante é que 85% concordam que o comércio e o empregos são fundamentais, mas neste primeiro momento o mais importante é cuidar da saúde e da vida das pessoas. Sobre o medo de pegar o corona vírus, 66,1% admitiram o receio, 27,9% dizem que não têm medo e 6% não souberam responder.
Esse número salta para 79,2% quando a pergunta sobre o medo é relacionada a perder algum membro da família. A percepção confusa da população continua quando a pergunta feita aos entrevistados versa sobre as atitudes dos governantes sobre a quarentena: 72,3% delas concordam com as medidas impostas, 19,8% discordam e 8% não souberam o que responder.
Mesmo assim, 72,1% dos entrevistados se disseram muito preocupados com o impacto econômico, outras 19,6% se disseram mais receosas de que as pessoas possam vir a morrer infectadas pelo novo corona vírus. Só 8,4% preferiram não opinar. As pessoas ouvidas tinham entre 16 e 60 anos, sendo 48,5% de homens e 51,5% mulheres.
A vasta maioria (42,1%) tem boa escolaridade (nível superior incompleto), sendo 15% destes formados em cursos de nível superior. A maioria absoluta, quase 60% dos entrevistados, trabalha na iniciativa privada (25,7%) ou são autônomos (23%).
Esta pesquisa foi analisada pela socióloga e analista política Christiany Fonseca, mestre em educação, doutoranda em sociologia e professora da mesma matéria no IFMT (Instituto Federal de Mato Grosso).
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