Médico denuncia vereadores por causar tumulto na UPA de Juína

Os vereadores estariam pressionando o médico para liberar exames.

Por: Repórter em Ação

Publicado em 11 de Maio de 2020 as 23:59 Hrs

Unidade de Pronto Atendimento de Juína - Foto: Arquivo

Um médico lotado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Juína, procurou o Ministério Público Estadual (MPE), através da 1ª Promotoria Cível de Justiça para representar contra dois vereadores, que segundo o profissional, vem causando tumulto na unidade de saúde, além de tentar pressionar o profissional para conseguir exames até sem indicação médica.

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Os vereadores são Ailton Barbosa de Oliveira (Neguinho da 4) e Aélcio Moreira (Neguinho Barracheiro). Segundo o médico no último domingo, o vereador Neguinho da 4 entrou no consultório sem bater à porta exigindo explicações sobre exames de um rapaz. Segundo o médico, o parlamentar estava sem máscara, o que é proibido.

O profissional ainda disse ao MPE que o vereador entra na unidade de saúde quando quer, desrespeitando às normas de não aglomeração. Neguinho da 4 foi procurado agora a noite pela reportagem para comentar as denúncias, mas não foi localizado por telefone. Mais cedo, às 19 horas, o vereador esteve presente na sessão ordinária.

Neguinho Borracheiro é outro vereador que aparece na reclamação do médico que apontou atitudes similares a do colega citado na mesma denúncia. De acordo com o profissional, Borracheiro ficaria fazendo vídeos em frente a UPA, provocando tumulto aos profissionais de saúde. Embora não imponha nada, segundo o médico, ele ficaria provocando familiares dos pacientes a acirrar os ânimos “dizendo que o médico é que não quer atender”.

Procurado no fim da sessão de hoje, Neguinho Borracheiro negou que tenha pressionado o médico e que sofre perseguição por ser oposição na Câmara de Vereadores. “Nosso papel de vereador é fiscalizar e cobrar. Na verdade, eu fui ver um paciente que estava lá precisando fazer uns exames e esse paciente já tinha entrado umas cinco vezes na UPA e saído, e eles não tinham feito os exames ou internação, passei essa situação para a diretora da UPA e para a secretária. Esse pessoal tem uma birra contra a minha pessoa porque sempre meu trabalho desde que entrei aqui é fiscalizar e através disso eu recebo várias notificações. Eu estou de cabeça erguida por fazer meu papel como fiscal do povo”, justificou.

O promotor de justiça requisitou a secretaria de Saúde para que no prazo de 10 dias, regulamente internamente o acesso ao interior da Unidade [UPA] e visitação de pacientes, deve-se obrigatoriamente qualquer cidadão, utilizar máscara durante a pandemia da Covid-19, devendo a equipe proibir, quem quer que seja, estiver sem a proteção. Por fim, notifica os vereadores para que, querendo, apresente a versão dos fatos. Após isso, o promotor decidirá se instaura ou não um inquérito civil.

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