
Juiz concede liberdade a PMs suspeitos de envolvimento em assalto à agência do Sicredi em Brasnorte
Por: Thiago Stofel; Olhar Jurídico
Publicado em 21 de Outubro de 2025 as 11:53 Hrs
O juiz Moacir Tortato, da 11ª Vara Criminal Militar, determinou a soltura dos policiais militares Anderson de Amaral Rodrigues e Alan Carvalho da Silva, presos por supostamente estarem envolvidos no assalto à agência bancária do Sicredi em Brasnorte (586 km de Cuiabá), ocorrido no dia 31 de julho. O processo segue em segredo de Justiça.
O magistrado acatou as alegações da defesa, sustentadas pelos advogados Gustavo Lima Oliveira, Lucas Costa, Matheus Caldas e Wirana Ataíde, e determinou a liberdade dos policiais mediante medidas cautelares:
- Não se ausentar da comarca de residência por mais de sete dias sem autorização judicial;
- Manter endereço e telefones atualizados;
- Comparecer a todos os atos do processo.
A defesa informou à reportagem que todos os trâmites administrativos para a soltura dos militares estão sendo concluídos e que, ainda hoje, eles deverão retornar para casa. A dupla estava detida no Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar de Mato Grosso (Bope), em Cuiabá.
Prisão
A prisão dos policiais ocorreu após o depoimento da ex-companheira de um dos criminosos já detidos, que revelou o suposto acordo entre os militares e os integrantes da quadrilha. Segundo ela, os policiais teriam recebido pagamento para atrasar o atendimento da ocorrência e a solicitação de reforço, permitindo que os criminosos fugissem com vantagem.
Em entrevista coletiva, o tenente-coronel Franco, comandante da região, afirmou que câmeras de segurança mostraram os dois policiais agindo de forma propositalmente lenta durante o início da ação criminosa. Esse atraso, segundo ele, deu aos bandidos uma vantagem de aproximadamente cinco minutos, tempo suficiente para a fuga em alta velocidade.
Ainda de acordo com a testemunha, a dupla teria combinado com os criminosos simular um confronto, com troca de tiros, para aparentar que tentaram impedir o roubo.
Na época, ao manter a prisão preventiva, a juíza responsável classificou a conduta dos militares como “vergonhosa e perigosa”, destacando que se tratava de agentes públicos com a função de proteger a sociedade.
Investigação
Imediatamente após o crime, as forças de segurança iniciaram um cerco na região. Equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com apoio tático da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), foram deslocadas para Brasnorte a fim de auxiliar nas investigações.
Com base nas imagens de câmeras instaladas no banco, residências e comércios próximos, os investigadores constataram que a caminhonete Hilux utilizada no assalto era produto de um roubo praticado dias antes, cuja vítima foi um idoso de 81 anos.
Durante diligências ininterruptas, foi identificado o segundo veículo — um HB20 — usado pelos suspeitos para seguir em direção ao estado de Rondônia. Em Vilhena, seis integrantes do grupo foram presos em flagrante. Outras prisões ocorreram de forma continuada em Brasnorte.
Três veículos utilizados na ação foram apreendidos: a Hilux usada no roubo ao banco, um HB20 de apoio à fuga e um Ford Ka, empregado no roubo da caminhonete, que foi encontrado abandonado e queimado.
Em menos de 48 horas, as investigações da Polícia Civil de Mato Grosso levaram à identificação e prisão dos envolvidos.
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