Jornalista provoca a justiça que obriga o Estado a construir leitos de UTI Neonatal em Juína

Em dois anos, 41 crianças morreram na região por falta de UTI para recém-nascidos.

Por: Repórter em Ação

Publicado em 26 de Junho de 2020 as 11:31 Hrs

Bil Luiz, apresenta projetos do IFMT - Foto: Rede social

Aos 30 anos de idade, Luiz Pereira, ou simplesmente “Bil Luiz”, apelido que ganhou da família na infância e que se apresenta hoje assim com muito orgulho, tem sido um grande destaque na região noroeste.

Natural de Francisco Alves no Paraná, morou em Juara, e há 07 anos adotou Juína como sua cidade, logo assim que foi aprovado no concurso público do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) Campus Juína. Bil é Jornalista, pós-graduado em gestão e pós em ciência política.

Com conhecimento e bom trânsito político, ele é respeitado por deputados e colegas de profissão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), onde atuou como assessor parlamentar e repórter da TV Assembleia.

Esse respeito é comprovado hoje com indicações do jornalista, aprovadas no parlamento estadual, como por exemplo, a Lei que estabelece a política estadual de fomento ao voluntariado e a inclusão da ilha do Rio Juruena no Programa de Desenvolvimento Turístico e Roteiro Turístico de MT (PRODESTUR). Bil apresentou também uma emenda pronta para a AL-MT, que criou uma comissão para analisar possíveis alterações ou revisões na constituição de Mato Grosso.

Em Juína acionou por diversas vezes o Ministério Público (MPE), através da promotoria de justiça, para denunciar empresas ou órgãos públicos. Foi numa ação civil pública dessas que a promotoria obrigou a operadora Vivo a melhorar os serviços de telefonia e internet ofertados à região.

O fato mais recente e de extrema relevância para salvar vidas, também teve iniciativa do jornalista, que resultou agora em uma decisão que obriga o estado de Mato Grosso instalar leitos de UTI Neonatal em Juína.

“Tudo começou lá no dia 2 de agosto de 2018, quando eu fiz uma reclamação através da ouvidoria do Ministério Público Federal (MPF), fazendo um contexto da realidade de Juína de estar a aproximadamente 800 km da capital e não ter leitos de UTI Neonatal aqui, e os leitos mais próximos estarem num raio de quase 500 km, ou seja, Sinop ou Tangará da Serra. No dia 8 a reclamação foi acatada pelo MPF, embora não seja de competência, mas com essa manifestação tentava sensibilizar tanto o Ministério da Saúde, quanto a Secretaria Estadual”, explicou Bil.

A ação foi encaminhada do MPF para a procuradoria da república de Mato Grosso que tem sede em Diamantino, que por sua vez, enviou a remessa para o Ministério Público Estadual (MPE). Foi assim que ação chegou à promotoria de justiça de Juína. Segundo o promotor de justiça Marcelo Linhares, entre 2016 a 2018, pelo menos 41 crianças morreram na região em decorrência da falta de leitos.

“Na época eu fiquei bastante sensibilizado, foi o que me levou a fazer esta manifestação e agora estamos vendo resultado, graças também à atuação brilhante do promotor Dr. Marcelo Linhares que acompanhou esse caso de perto. Então, eu Bil, enquanto cidadão fico bastante feliz e até emocionado de ter um dedinho aí nessa história, nós enquanto cidadãos, a prova que nós podemos fazer sim, ajudar a transformar nossa comunidade com ações simples, com certeza esses dois leitos irão ajudar a salvar vidas de muitas crianças”, comemorou.

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