
Governador exonera Eric Fantin, do cargo de delegado de polícia
Por: Lino Barreto/Reportér em Ação
Publicado em 14 de Março de 2025 as 20:48 Hrs
O governador do Estado de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), no uso de suas atribuições legais e com base nos elementos constantes do Processo de Avaliação de Estágio Probatório (PAEP) n° 001/2025/CPAEP, determinou a exoneração do delegado de polícia Eric Márcio Fantin, matrícula funcional n° 309074. A decisão foi fundamentada no relatório final da Comissão Permanente de Avaliação de Estágio Probatório, ratificado pela Delegada-Geral e pelo Secretário de Estado de Segurança Pública.
A portaria publicada prevê que o servidor seja formalmente notificado, assim como seu defensor, com o envio do inteiro teor da decisão. Além disso, a Polícia Judiciária Civil (PJC) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) serão comunicadas para as providências cabíveis.
Eric Márcio Fantin atuou como delegado no município de Brasnorte por quase um ano, período em que conduziu diversas investigações envolvendo políticos locais. Devido a ameaças contra sua vida, foi transferido pela Secretaria de Segurança Pública para o município de Juara. Apesar de residir em Juara, Fantin decidiu se candidatar ao cargo de prefeito de Brasnorte pelo Partido Liberal (PL) nas eleições municipais de 2024.
Na disputa eleitoral, Fantin obteve uma votação expressiva de 4.479 votos, mas foi derrotado pelo atual prefeito Edelo Ferrari (União Brasil), reeleito com 4.634 votos. O resultado das eleições, no entanto, gerou polêmica, pois o Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou com uma ação pedindo a cassação da chapa vencedora por suspeita de compra de votos, transferência de domicílio eleitoral e influência indevida no resultado do pleito.
A ação foi ajuizada pelo ex-promotor de Brasnorte, Jacques de Barros Lopes. Segundo o MPE, a chapa de Edelo Ferrari teria oferecido dinheiro, medicamentos, fraldas descartáveis e até frangos congelados para obter votos, principalmente entre indígenas da etnia Enawene Nawe. Além disso, há suspeitas de que o grupo tenha transportado ilegalmente eleitores até as urnas no dia da eleição.
A ação não se limita ao prefeito reeleito, mas também envolve a vice-prefeita Roseli Borges de Araújo Gonçalves e o vereador Gilmar Celso Gonçalves, conhecido como "Gilmar da Obras". Outras quatro pessoas também foram citadas no processo, que segue em análise pela Justiça Eleitoral.
Com a derrota, Eric reassumiu o posto de delegado na cidade onde estava lotado, Juara – MT, e agora foi exonerado de suas funções.
Outras polemicas.
Um escrivão da Polícia Civil registrou um boletim de ocorrência (B.O), contra Fantin que à época era pré-candidato a prefeito de Brasnorte, por desacato, desrespeito, perseguição e ameaça.
Já no período de campanha, Eric Fantin, se envolveu em uma grave polêmica após a divulgação de vídeos e imagens íntimas nas redes sociais com uma suposta garota de programa.
OUTRO LADO
O delegado Eric Márcio Fantin foi exonerado de seu cargo nesta sexta-feira (14) por decisão do governador Mauro Mendes, após parecer de uma Comissão de Estágio Probatório. A medida pegou Fantin de surpresa, e ele se manifestou em suas redes sociais para expressar sua insatisfação com a decisão.
Segundo Fantin, a comissão entendeu que ele não possuía capacidade para o cargo devido ao fato de responder a seis sindicâncias. No entanto, o delegado alega que algumas das acusações feitas contra ele são injustas.
Entre as sindicâncias mencionadas, Fantin destaca uma relacionada à aquisição de uma viatura para o município de Brasnorte, obtida com o apoio do deputado Eduardo Botelho. Além disso, ele responde por outro processo disciplinar após ter recusado um presente pessoal — uma faca — e, em vez disso, trocado o item por caixas de chocolate, que foram distribuídas para crianças carentes.
O delegado também mencionou um inquérito policial em que teria supostamente ofendido dois diretores. Entretanto, segundo ele, investigações apontaram que a acusação teria sido forjada por quatro policiais corruptos de Colniza. O caso foi arquivado pelo Ministério Público e acatado pelo Poder Judiciário, mas ainda assim foi considerado pela comissão no parecer que resultou em sua exoneração.
Fantin acredita que a decisão pode ter motivações políticas e se diz injustiçado dentro da própria instituição. Ele afirma que seguirá confiando no Poder Judiciário para reverter a situação.
Nas redes sociais, o delegado pediu apoio da população para pressionar deputados e o governador a reconsiderarem a decisão. Ele finalizou sua manifestação dizendo que a sociedade perde com sua exoneração, destacando seu carinho e dedicação ao cargo.
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