Exploração mineral e madeireira são suspensas em Juína e Aripuanã
Segundo Paulo Veronese, a decisão vem a prejudicar o setor de base florestal legal, como já manifestado por outros representantes da madeira legal, que contestam responsabilidade pelo desmatamento.
Por: Maurilio Jr. / Repórter em Ação
Publicado em 25 de Maio de 2020 as 16:26 Hrs
Na tarde desta segunda-feira (25) uma decisão judicial proferida pela juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe suspendeu as atividades de base florestal e a exploração mineral em pelo menos 08 municípios de Mato Grosso, incluindo Juína e Aripuanã.
A justificativa para a ação é a prevenção ao coronavírus, isto é, evitar a proliferação da doença para as populações amazônicas. Dentre os municípios em Mato Grosso que tiveram suas atividades extrativistas suspensas estão Alta Floresta, Apiacás, Aripuanã, Colniza, Juína, Nova Bandeirantes, Paranaíta e Sinop.
No entanto, segundo o presidente do sindicado das Industrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (SIMNO), Paulo Veronese, além da questão do Covid-19, a suspensão das atividades está relacionado ao desmatamento.
“Com o aumento do desmatamento na amazônia o Ministério Público de forma a evitar esse desmatamento fez um pedido a justiça federal, isso foi feito em Manaus e via justiça federal e a juíza aceitou esse pedido como prevenção ao desmatamento, alegando que os técnicos não poderiam estar acompanhando a fiscalização efetiva”, ressaltou Paulo.
A decisão obriga órgãos federais (UNIÃO, FUNAI, IBAMA e ICMBio) a realizarem ações de fiscalização nos dez pontos considerados mais críticos de desmatamento da Amazônia, implementando ações de comando e controle para contenção de agentes infratores ambientais, o que coloca Juína e Aripuanã na lista de municípios com as atividades suspensas.
Questionado sobre o número de pessoas que devem ser afetadas pela decisão na região noroeste o presidente do SIMNO alegou não ter tal estimativa, mas, afirmou que quem mais vai sofrer vai ser a população carente.
“Se isso não tiver uma reversão dentro de 02 ou 03 dias vai haver desemprego, porque ninguém consegue comercializar e a gente ta vendo ai o pior cenário se isso continuar”, pontuou Veronese.
Segundo Paulo Veronese, a decisão vem a prejudicar o setor de base florestal legal, como já manifestado por outros representantes da madeira legal, que contestam responsabilidade pelo desmatamento.
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