Botelho: Discurso de diretor não convenceu e CPI continua
Diretor da Energisa apresentou dados referentes aos serviços prestados e foi criticado por Botelho.
Por: Midia News
Publicado em 16 de Outubro de 2019 as 10:32 Hrs
O presidente da Assembleia Legislativa Eduardo Botelho (DEM) disse que os dados apresentados pela Energisa, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (15), não “convenceram”.
Por conta disso, o parlamentar defendeu a continuidade da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os serviços prestados pela concessionária.
“Foi uma explanação técnica, mas deixou muito a desejar. Ele mostrou apenas números vantajosos para eles, o que não é verdade. Mostrando até que existe satisfação de clientes de Mato Grosso, quando a gente sabe que não existe", disse Botelho logo após o fim do encontro.
"Não convenceu ninguém. A gente vai continuar com a CPI e espero que dê resultado”, acrescentou.
A apresentação foi feita pelo diretor-presidente da Concessionária , Riberto José Barbanera. Durante a explanação, ele admitiu falhas na prestação de serviço, mas afirmou que elas estão sendo sanadas ao longo dos anos.
Ele mostrou apenas números vantajosos para eles, o que não é verdade. Mostrando até que existe satisfação de clientes de Mato Grosso, quando a gente sabe que não existe
Em um dos pontos, disse que apesar de ser o setor com maior índice de reclamação no Procon Estadual, o número representa 0,1% do atendimento que a empresa realiza.
Outro ponto levantado é de que atualmente 309 mil clientes não são atendidos com a qualidade de fornecimento elétrico que a regulamentação da Aneel exige. No entanto, segundo Barbanera, em 2013, quando a Energisa se instalou no Estado, o número chegava a 569 mil.
Entretanto, para Botelho há mais pontos negativos na prestação dos serviços.
“Eles tiraram o call center daqui e diminuíram 300 postos de emprego. Eles tiraram a parte gerencial, de engenharia. Isso não existe mais aqui. Se você quer fazer um projeto aqui, eles fazem pelo Google lá em São Paulo. Aqui não, aqui não se faz mais nada”, enumerou.
“E, para complicar, judiam mais do povo mato-grossense trazendo empresas terceirizadas de fora e reduzindo salários aqui. Antes, era em torno de R$ 1,9 mil para os eletricistas, agora estão abaixando para R$ 1,3 mil. Então, realmente é exploração em cima do povo mato-grossense”, afirmou.
Rompimento
A possibilidade de rompimento de contrato com a concessionária no Estado vem sendo levantada desde a abertura da CPI. Segundo Botelho, a intenção da CPI é que haja uma melhora no serviço prestado e até uma revisão tarifaria.
“Defender só a suspensão da Energisa é muito complicado. Teria que ter alguém para assumir. O mercado, hoje, funciona muito em função de uma empresa que não entra na área da outra. É um mercado de monopólio”, disse.
“O que defendo é que façamos pressão para que haja um trabalho melhor e que mude os índices”, completou.
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