Ao Repórter em Ação, médica explica o tratamento precoce da Covid-19
Os médicos defendem o tratamento já nos primeiros sintomas da doença com o uso da ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina.
Por: Repórter em Ação
Publicado em 11 de Julho de 2020 as 10:05 Hrs
Em entrevista à Band FM e ao Repórter em Ação nesta sexta-feira (10), a Dra. Christiane D’Oliveira, formada há 17 anos pela Universidade Federal do Pará, há 13 atua como médica anestesista em Cuiabá. Por telefone, a médica explicou o protocolo de tratamento precoce da Covid-19, defendido por muitos profissionais da saúde em todo Brasil. Os exemplos bem conhecidos desse tratamento, é de Belém no Pará, e Porto Feliz em São Paulo. No Mato Grosso várias prefeituras já distribuem um kit com medicamentos. O governador Mauro Mendes (DEM), também confirmou que vai entregar kits para todas as prefeituras do Estado. Alguns prefeitos, como é o caso de Juína que se quer tem os medicamentos disponíveis, são contra o kit. O município já registrou até agora 08 óbitos.
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Repórter em Ação: É correto afirmar que existe um tratamento pra covid-19?
Dra. Christiane: Sim Ivan! Existe um tratamento. Como o Brasil está a pelo menos 02 meses atrás dos países da Europa na pandemia, a gente aprendeu muito com eles. Quando a pandemia chegou ao Brasil a Espanha já estava muito adiantada, e os estudos até em alguns lugares, até nos EUA tinham alguns estudos, e a partir disso a gente já conseguiu entender a fisiopatologia da doença. O que significa isso? Nós conseguimos entender como é que a doença age no organismo, quais os remédios, qual é o tratamento que a gente pode usar em cada fase da doença. A partir disso, hoje em dia a gente pode dizer com certeza que a doença tem tratamento.
Repórter em Ação: É comum ouvir que só o Brasil defende esse protocolo, mas então outros países já fizeram isso?
Dra. Christiane: Por que eles não fizeram logo no início? Porque eles não conheciam, eles foram na tentativa e erro, assim que eles descobriram o que fazer, eles passaram a fazer! A Espanha é o nosso grande exemplo, foi o primeiro a divulgar, porque tem uma médica brasileira lá, que começou a divulgar, muito através da mídia social dela, e com ela a gente aprendeu muito, depois que eles descobriram qual é realmente a fisiopatologia da doença, que a doença é dividida em três fases, que em cada fase a gente age de um jeito, eles começaram a esvaziar as UTIs deles, a esvaziar os atendimentos. Mas assim, como a doença é nova e a gente aprende à medida que a doença acontece, a doença aconteceu pra eles antes da gente e eles aprenderam antes da gente e nos ensinaram. Então isso é uma lição que nós temos que aprender.
Repórter em Ação: Podemos dizer que esse tratamento precoce é uma descoberta de brasileiros?
Dra. Christiane: Lá eles são muito abertos, eles conversam entre si e todo mundo segue, não tem tanta polarização igual aqui no Brasil. Essa médica ela fala que a descoberta não é dela, ela só replicou aqui no Brasil, mas ela passou pra gente.
Repórter em Ação: Por que os organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), tão comentada nessa pandemia, ainda não reconheceu esse tratamento Dra.?
Dra. Christiane: Isso me parece um jogo político, a gente não consegue entender muito bem as razões que eles levantam, inclusive o grande estudo que eles levaram em consideração pra abolir o uso da hidroxicloroquina, foi uma farsa de estudo!, tanto que foi despublicado poucas semanas depois. Então a gente realmente não consegue entender isso, acho melhor nem comentar sobre isso.
Repórter em Ação: Por ser um organismo internacional [OMS], não precisaria ter uma política mais precisa?
Dra. Christiane: A grande queixa dos médicos é, logo no começo ela não ter reconhecido como pandemia, ter falado que estava tudo tranquilo, e a medida que as coisas foram acontecendo, esse vai e volta. Como um organismo internacional eles poderiam ter um pouco mais de cuidado, afirmar que um medicamento não deve ser usado, baseado em apenas um estudo, sem ter lido exatamente a metodologia, então assim, as vezes parece que houve uma falha e talvez tenha faltado um pouco mais de cuidado na análise do estudo que ele se baseou pra proibir o medicamento (hidroxicloroquina). Essa é a crítica que a gente faz.
Repórter em Ação: Por que está tendo uma demora dos prefeitos e gestores em implantar esse protocolo de tratamento?
Dra. Christiane: Como houve essa polarização, a polarização da droga e aí a polarização entre médicos mesmos, colegas que são adeptos, que acham que vale a pena tentar, mesmo que não tenha, a gente realmente não tem um estudo que fale que a hidroxicloroquina, ou a ivermectina é eficaz mesmo nessa doença, mas nós temos evidências, que são esses países que já passaram pela pandemia. Acho que isso fez com que alguns prefeitos ficassem inseguros, mas à medida que a gente tem mais exemplo de que funciona, fica cada vez mais difícil da gente negar essa medicação para a população. A gente não quer brigar com ninguém, a gente só quer dar a oportunidade para quem quer usar o medicamento que consiga usar.
Repórter em Ação: Quais as fases da doença e os sintomas da Covid-19?
Dra. Christiane: A gente sabe que a doença é dividida em três fases. A primeira fase é a viral, fase em que começa os primeiros sintomas, que pode ser aquela coriza, dor de garganta, tosse seca, cansaço, sono, dor de barriga com diarreia, aquela síndrome viral (virose), então qualquer síndrome viral hoje a gente fala que é covid-19. Esses são os primeiros sintomas e é aqui que as medicações devem ser usadas no tratamento precoce. Nessa primeira fase é que a hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, zinco, vitaminas C e D são mais úteis, porque elas evitam que esse vírus aumente.
Na segunda fase é quando o corpo reage e começa a surgir as inflamações e nessa segunda fase nós precisamos de anticoagulante e corticoides. Se não tratado na 1ª ou 2ª fase evolui para a 3ª fase, com insuficiência renal, hepática, cardíaca e esse paciente vai pra UTI e muitas vezes ele vai a óbito.
Repórter em Ação: A invermectina é mais do que um vermífugo no tratamento da doença?
Dra. Christiane: Ela atua no nosso organismo aumentando o nosso sistema de imunidade, então além de ser um vermífugo, ela é um antiviral, é por isso que ela é usada.
Repórter em Ação: A invermectina pode ser tomado como uma prevenção?
Dra. Christiane: Existem alguns protocolos usando a ivermectina de forma profilática, antes de aparecer sintomas, mas a gente defende esses protocolos mais para profissionais da saúde e pessoas em vulnerabilidade social, como abrigos de idosos.
Repórter em Ação: Então o protocolo que vocês médicos defendem é que o paciente ao buscar a Unidade de Saúde, ainda com os primeiros sintomas da Covid-19, saia com medicamentos para iniciar o tratamento?
Dra. Christiane: Exatamente isso, na verdade já conseguimos que o Ministério da Saúde já adota o protocolo e o tratamento precoce e aqui no estado de Mato Grosso o governador já mudou também o protocolo, pedindo que o paciente não fique em casa, mas que procure a unidade de saúde pra começar o tratamento.
Repórter em Ação: A hidroxicloroquina para paciente internados, na 3ª fase da doença tem eficácia Dra? Pois aqui em Juína a hidroxicloroquina é usada apenas para pacientes internados em estado grave.
Dra. Christiane: Os estudos que saíram falando que a hidroxicloroquina não funciona, todos eles foram feitos nessa fase, pois na 3ª fase nós não temos mais o vírus, apenas o que o vírus fez com o nosso organismo, então ela não é eficiente na 3ª fase, mas sim na 1ª fase.
Repórter em Ação: Deixe um recado aos gestores da região.
Dra. Christiane: prefeitos, vereadores, gestores. Pode ser que lá na frente a gente até veja que a medicação não era tão importante assim, mas nesse momento tudo indica que ela é sim salvadora de vidas, e lá na frente a gente provocando que essa medicação sim, poderia ter salvado a vida de milhares de pessoas, essas pessoas vão cobrar de vocês o tratamento não realizado, a perda da oportunidade de tratamento. Então assim, tratem os seus pacientes, tratem a sua população, trate o seu povo, porque isso vai fazer diferença para a população, que se sentirá acolhida e assistida, e vai fazer diferença para esse gestor que acolheu e assistiu a sua população.
Observação: A Dra Christiane foi enfática em dizer que o tratamento deve ser acompanhado pelo profissional e a medicação deverá ser entregue ao paciente mediante a prescrição médica.
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