Palestra LGBT em escola de Juína ganha repercussão e chega ao governo do Estado

"Todo o rigor da lei será aplicado", disse o vice-governador de Mato Grosso.

Por: Repórter em Ação

Publicado em 13 de Setembro de 2023 as 09:41 Hrs

Reprodução do vídeo

Uma apresentação LGBTQIAPN+, realizada na escola Estadual Dr. Artur Antunes Maciel na manhã de segunda-feira (11/09), está provocando uma grande polêmica em Juína. O caso ganhou tanta repercussão que chegou às autoridades estaduais.

Os deputados federais Amália Barros (PL-MT), e Gustavo Gayer (PL-GO), publicaram o vídeo e cobraram providências do governo de Mato Grosso.

“Isso é um absurdo! Não podemos permitir episódios como esse que aconteceu na escola estadual Artur Antunes Maciel, em Juína”, disseram.

Com mais de 1 milhão e 600 mil seguidores as contas dos parlamentares no Instagram, o vídeo já bateu mais de 400 mil visualizações, com centenas de comentários repudiando a realização do evento na escola.

Amália Barros cobrou posicionamento do secretário de Educação de Mato Grosso Alan Porto, que afirmou a parlamentar se manifestar nesta quarta-feira. A deputada disse ainda que recebeu uma resposta do vice-governador Otaviano Pivetta, dizendo que “todo o rigor da lei será aplicado”.

“As héteras, as bi, as trans e as sapatão, tão todas organizadas pra fazer revolução”, dizia um trecho do ‘canto’ repetido por 3 vezes, puxado pelo palestrante que estava à frente dos alunos. (veja a baixo)

A deputada acusou a escola de estar apagando os comentários feitos numa rede social, onde a unidade educacional publicou uma nota de esclarecimento. “A escola está apagando todos os comentários, mas o absurdo feito por eles não pode ser apagado! ”, escreveu.

Segundo uma nota, “a palestra feita no dia 11/09 no período matutino onde se tratou do tema transversal “RESPEITO à DIVERSIDADE” foi solicitada pelo GRÊMIO ESTUDANTIL da escola, através de oficio, que ao passar pela gestão escolar foi aprovado levando em consideração tanto o tema quanto o protagonismo estudantil. ”

Diz ainda que “a aprovação se deu baseada na Lei n° 9.394 art 26 §7° ao § 9° da Diretrizes e Bases Da educação Brasileira (LDB) que defende que: “os temas transversais estão voltados para a compreensão e para a construção da realidade social e dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva”. Tendo o palestrante sido orientado dentro dos princípios educacionais no sentido de informar e jamais praticar ativismo".

Por fim, a nota explica que aborda diversos temas transversais como autismo, Saúde Mental, Oficina Respiratória para diminuição da Ansiedade, Lei Maria da penha, Orientações para expedições de documentos, Bullying, Antidrogas entre outras. E ainda temos projetos que serão desenvolvidos até o fim do ano. Como a Consciência Negra, Valorização da Vida e outros.

Sobre a apresentação, Rojania Queiróz Corsi, que é coordenadora e atualmente diretora interina, disse que o palestrante foi orientado a fazer uma apresentação informativa, mas que o jovem teria se empolgado ao entoar o “grito de guerra”, e teria se esquecido que estava em um ambiente escolar.

Não se sabe ao certo quantos alunos participaram da apresentação, porém no vídeo é possível ver dezenas de estudantes.

Numa rede social, uma estudante se manifestou:

“Sou aluna da escola, estou no meu último ano. Das palestras construtivas que que já participei, nunca vi/ouvi uma palestra tão sem fundamento, sem base, se argumentos como essa. Notadamente desnecessária! E não, não é homofobia, eu tenho convicção dos meus princípios, mas respeito quem se identifica como tal. Querem fazer palestras? Escolham temas que valham a pena ouvir”, escreveu.

O jovem palestrante chegou a se pronunciar em uma transmissão ao vivo, mas pediu em seguida que o vídeo dele fosse excluído.

Hoje, 10 vereadores assinaram um ofício endereçado à SEDUC cobrando afastamento da direção da escola. (Leia aqui)

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