
Ministério Público pede medidas protetivas contra policial e juíza de Juína
Na representação. o Ministério Público classificou o ato como 'abuso de poder judicial' e violência de gênero praticada com uso do aparato estatal.
Por: Olhar Direto
Publicado em 07 de Outubro de 2025 as 09:32 Hrs
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) ingressou com pedido de Medidas Protetivas de Urgência em favor de mulher que afirma ter sido vítima de estupro e assédio sexual. A medida foi protocolada na Comarca de Juína e é direcionada contra o policial militar Alexandre José Dall'Acqua, ex-comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar, e sua esposa, a juíza Raiane Santos Arteman DallAcqua.
Segundo o MP, a denunciante era estagiária da Polícia Militar em Juína e relatou ter sido vítima de estupro praticado por Alexandre Dall'Acqua, além de sofrer assédio reiterado no ambiente de trabalho, inclusive após o ato sexual não consentido.
A Promotoria destacou que a suposta violência ocorreu em contexto de vulnerabilidade, diante da superioridade hierárquica do comandante sobre a estagiária. O MP relatou ainda que o policial chegou a ser preso por investigações de crimes sexuais, mas foi solto em setembro de 2025.
Após a soltura, Alexandre teria entrado em contato com o empregador da vítima, o que gerou medo e sensação de perseguição. A situação se agravou no dia 3 de outubro, quando policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão na empresa onde a autora da denúncia trabalha. A ordem judicial foi expedida pela juíza Raiane Dall Acqua, esposa do investigado.
O mandado tinha como objetivo obter filmagens de videomonitoramento e folha de ponto da estagiária, sob a alegação de que ela estaria atuando em empresa privada durante o estágio na PM.
O MP apontou que o processo cautelar foi distribuído no dia 2 de outubro, e pouco mais de uma hora depois a magistrada autorizou a busca e apreensão, mesmo sendo esposa do investigado no caso de violência sexual contra a mesma vítima.
Na representação. o Ministério Público classificou o ato como “abuso de poder judicial” e violência de gênero praticada com uso do aparato estatal. A Promotoria sustentou que a juíza era flagrantemente suspeita e deveria ter se declarado impedida, pois teria usado o cargo para constranger a vítima em benefício do marido.
O órgão também argumentou que o caso investigado diz respeito a crimes militares, e que a 3º Vara Criminal de Juína, onde a magistrada atuava em substituição, não tem competência para conduzir esse tipo de processo.
Diante do que classificou como uma “situação de risco evidente”, o MP requereu medidas protetivas urgentes contra Alexandre e Raiane Dall'Acqua, incluindo:
* Suspensão do porte e posse de armas de ambos:
* Proibição de aproximação da vítima, familiares e testemunhas em um raio de 200 metros;
* Proibição de qualquer tipo de contato com a vítima e testemunhas;
* Participação obrigatória em programas de reeducação e acompanhamento psicossocial voltados ao combate da violência de gênero.
O Ministério Público também solicitou o envio de cópias dos autos a diversas instâncias de controle e corregedorias para apuração de possíveis ilegalidades administrativas e criminais relacionadas à atuação da magistrada e à condução do mandado judicial.
Os órgãos notificados serão:
* Conselho Nacional de Justiça (CNI):
* Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TIMT):
* Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP):
* Corregedoria do MPMT;
* Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso:
* Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT).
O pedido de medidas protetivas será analisado pelo Juízo da Comarca de Juína, que decidirá sobre a concessão imediata das providências solicitadas.
A reportagem tentou contato por telefone com o Ministério Público e com o polícial militar, mas até a publicação da reportagem, não teve retorno.
- COMENTÁRIOS
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
07:30
Governo de MT entrega 145 títulos definitivos às famílias do Assentamento Primeiro de Maio
Moradores esperavam há 25 anos pela regularização, entrega representa conquista histórica para a comunidade.
07:25
Batalhão Ambiental da PM intercepta área de desmatamento e apreende trator em Colniza
Militares receberam alertas de satélites de programa da Sema, que indicaram área de alteração vegetal
12:08
Rádio pirata desafia autoridades e volta a operar ilegalmente em Juína
De acordo com registros da Anatel, o sinal irregular foi detectado novamente nesta semana
11:43
Presidente da Câmara de Juína é alertado sobre gastança com viagens
O alerta foi feito por um cidadão através da ouvidoria.
15:29
Vem aí a mostra de cultura urbana do projeto Hip Hop da comunidade 2.0 em Juína
As aulas foram realizadas na Escola Estadual Antônia de Moura Muniz no Bairro Módulo 6 em Juína.
15:37
Avaliação Somativa será aplicada nos dias 7 e 8 de outubro em Brasnorte
A avaliação acontece anualmente no período de encerramento do ano letivo e tem papel fundamental para o desempenho educacional do município
15:47
Delegado de Aripuanã apresenta melhora significativa após grave acidente
O acidente aconteceu no mês de agosto, enquanto ele dirigia uma viatura descaracterizada.
20:07
Correios de Brasnorte suspendem serviços e vereadores buscam solução em Brasília
População sofre com atendimento precário, falta de servidores e atraso nas entregas; encomendas seguem retidas em Cuiabá
16:24
Prefeitura comete erro e publica lei sobre repasse da Câmara de Juína
Com tudo isso: resta saber agora qual será a decisão final do prefeito.
12:51
Prefeito recua, sanciona aumento e Câmara terá orçamento de R$ 9,2 milhões em 2026
A decisão do Chefe do Executivo pode impactar em sua própria gestão.
MAIS LIDAS