Câmara de Juína falha novamente e deixa professores sem reajuste salarial
Um impasse que frustra a valorização do magistério em Juína.
Por: Repórter em Ação
Publicado em 14 de Novembro de 2025 as 15:52 Hrs
EXCLUSIVO
A Câmara de Vereadores de Juína volta a ser alvo de críticas — e, mais uma vez, pelos motivos errados. No momento em que mais se esperava responsabilidade e agilidade, os parlamentares simplesmente não votaram o projeto que concederia reajuste salarial de 18,51% aos professores da rede municipal. Resultado: mais de 400 educadores que seriam beneficiados vão ficar sem aumento.
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O projeto, enviado pelo Executivo no dia 15 de outubro, data simbólica por ser o Dia do Professor, previa a equiparação dos salários ao piso nacional do magistério, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria. A proposta era clara, sustentada por estudos financeiros e tinha impacto planejado para caber no orçamento municipal.
Mesmo assim, a Câmara não agiu.
DEMORA, CONFUSÃO E FALTA DE COMPROMISSO
O presidente da Câmara Aélcio Moreira, não colocou o projeto em votação dentro do prazo, forçando o Executivo a retirá-lo. Para piorar, o vereador Carlito Pereira da Rocha (PT) apresentou uma emenda considerada inconstitucional, que segundo o Executivo “desvirtuou substancialmente” a proposta e criou um impacto financeiro impossível de ser absorvido neste momento.
Enquanto isso, reuniões foram marcadas e remarcadas, discussões foram alongadas e nada saiu do papel.
“Os vereadores ficaram analisando, revendo, marcaram reunião com o Sintep, comigo. Fui, expliquei tudo, prestei contas. Disse que atenderíamos os professores agora, os demais a gente vai vendo passo a passo”, relatou o secretário de Educação, Ericson Leandro de Oliveira ao Repórter em Ação.
O secretário afirma que o estudo de impacto já estava pronto e contemplava apenas o reajuste para o quadro docente. “É muito triste isso, é lamentável, porque são 400 professores que seriam beneficiados com esse projeto, mas diante de toda essa confusão, optamos por retirar de pauta”, lamentou.
O QUE SERIA CONCEDIDO
O reajuste proposto pelo Executivo seria aplicado de forma escalonada:
- 6,51% ainda este ano;
- 6% em 2026;
- 6% em 2027.
Tudo baseado em análises técnicas da Secretaria Municipal de Educação, respeitando os limites financeiros e garantindo sustentabilidade.
Segundo Ericson Leandro, o aumento só foi possível graças ao esforço conjunto de professores, pais e alunos, que elevaram os indicadores de aprendizagem — além do crescimento no Fundeb e no repasse do ICMS.
A Prefeitura também destacou os investimentos recentes em educação: climatização das salas, entrega de uniformes, materiais pedagógicos estruturados e melhorias na infraestrutura das escolas.
Ou seja: havia planejamento, havia condições e havia necessidade. O que faltou? Responsabilidade da Câmara Municipal.
PERDA DE PRAZO E RETROCESSO
No comunicado enviado à Câmara, o Executivo deixou claro: a demora dos vereadores impossibilitou o pagamento da primeira parcela ainda em novembro, como previsto. A folha já havia fechado. Seguir com a redação original do projeto criaria vícios formais, problemas legais e falsas expectativas entre os servidores.
Além disso, a emenda proposta por Carlito colocou em risco toda a sustentabilidade financeira do projeto, tornando-o inviável.
Enquanto isso, os professores seguem esperando
Em vez de apoiar uma pauta justa e urgente, voltada a uma categoria que sustenta o futuro de Juína, a Câmara optou por atrasar, confundir e impedir.
A decisão de retirar o projeto não representa abandono, segundo o Executivo, mas a necessidade de readequação para garantir legalidade e responsabilidade fiscal. No entanto, é impossível ignorar: o impasse só existe porque a Câmara não cumpriu seu papel.
Com dezenas de discursos sobre valorização da educação e respeito ao servidor público, os vereadores tiveram a oportunidade de transformar palavras em ação — e falharam.
Agora, o município terá de reestruturar o projeto e aguardar nova apreciação legislativa. Enquanto isso, professores seguem sem reajuste, apesar de o município ter condições financeiras e estudos técnicos que comprovam a viabilidade.
A pergunta que fica é: até quando a Câmara de Juína continuará sendo obstáculo em vez de solução?
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