Com histórico de rejeição no Liverpool, Mundial divide ingleses
Nunca campeão do mundo, time usará sub-23 em jogo da Copa um dia antes da estreia.
Por: Folha de SP
Publicado em 12 de Dezembro de 2019 as 17:26 Hrs
Historicamente, na Inglaterra a competição não tem o mesmo prestígio de que desfruta no Brasil. Por essa razão, os Reds até declinaram o convite para disputar o Mundial em 1977 e 1978, anos das suas primeiras conquistas continentais.
Na época, a então Copa Intercontinental não era tão atrativa para os ingleses tanto pela questão financeira e, principalmente, por causa do desgaste com jogos em ida e volta separados por meses, com longos deslocamentos. A liga nacional e a Copa da Europa, precursora da Liga dos Campeões, já encabeçavam as prioridades do clube.
Em 1977, o Borussia Mönchengladbach, da Alemanha, vice europeu, substituiu o Liverpool e foi derrotado pelo Boca Juniors, da Argentina. No ano seguinte, os ingleses voltaram a se recusar a enfrentar os xeneizes e, dessa vez, o torneio não foi disputado.
A partir dos anos 1980, já com a decisão em jogo único no Japão, o Liverpool aceitou disputar a partida. Perdeu para o Flamengo em 1981 e para o Independiente, da Argentina, três anos depois.
De 2005 em diante, os classificados passaram a ser um time do país-sede e os campeões vigentes das seis confederações filiadas à Fifa, que assumiu a organização do evento. Naquele ano, Liverpool e São Paulo chegaram à final, e os brasileiros saíram de Yokohama campeões, após triunfo por 1 a 0.
Atualmente, a equipe de Jürgen Klopp lidera a Premier League com oito pontos de vantagem (46 a 38) sobre o Leicester City, segundo colocado. Sem vencer a liga nacional desde 1990, antes mesmo da criação da Premier League dois anos depois, o Liverpool encara o torneio como obsessão ao lado da Champions.
“Enquanto o clube não vencer a Premier League, qualquer coisa com exceção à Champions League vai ser ofuscada por esse desejo de acabar com essa seca do campeonato nacional”, afirma Simon Hughes, jornalista de Liverpool e autor de seis livros relacionados à história do clube e um sobre a cidade.
“Na Inglaterra, vencer a liga é uma questão social, até pela proximidade geográfica entre os clubes dento da ilha. Não percebo, pelo menos ainda, o torneio no Qatar sendo muito debatido entre os torcedores."
Andrew Mackenzie, 35, professor no município, fez, para assistir ao time do coração em Doha, seu maior investimento em mais de três décadas em que é dono do carnê para todos os jogos da temporada em Anfield. Desembolsou cerca de 700 libras (R$ 3.826 na cotação atual) entre voos e acomodação para chegar a tempo de assistir apenas ao jogo do dia 21 —seja ele a final ou a disputa de terceiro lugar.
“É uma oportunidade enorme de título para o Liverpool. Não se pode menosprezar a chance de ser campeão do mundo, ainda mais para nós que nunca conquistamos esse torneio. O campeão passa o ano seguinte inteiro com o patch [o símbolo] de campeão do mundo no uniforme”, diz Mackenzie, frequentador assíduo da Kop, a tradicional e fanática arquibancada vermelha.
“Conheço ao menos mais cem pessoas que também vão e acredito que no mínimo 500 torcedores viajarão da Inglaterra", afirma.
Em que pese o calendário apertado, Klopp levará força máxima para o Mundial. Apenas o zagueiro Matip e o meio-campista Fabinho, ambos no departamento médico, não viajam com a delegação. A lista ainda pode ser alterada até 24 horas antes da estreia, na próxima quarta-feira (18).
Na terça (17), o clube enfrenta o Aston Villa, em Birmingham, pelas quartas de final da Copa da Liga, e o técnico Neil Critchley, do time sub-23, comandará uma equipe recheada de garotos, enquanto Klopp preparará o elenco para o debute em Doha.
Para Andy Hunter, responsável pela cobertura do clube para o jornal “The Guardian”, o fato das partidas estarem separadas por apenas um dia mostra como os dirigentes ingleses pouco se importam com o torneio no Qatar.
“[Mas] como o grande rival Manchester United já venceu o Mundial, o Liverpool também quer atingir esse feito”, destaca.
“Se o Liverpool for campeão, não imagino que haverá uma grande comemoração nas ruas. Caso perca, o resultado será logo esquecido. Muitos torcedores veem essa competição como mais uma entre as inúmeras estratégias da Fifa em arrecadar ainda mais dinheiro."
Assim como fez pela primeira vez com a final da Copa Libertadores, a rede britânica BBC transmitirá as partidas no Qatar. Hunter diz que seu jornal enviará apenas um correspondente para acompanhar as partidas e que a imprensa, em geral, fará uma cobertura modesta do campeonato.
Procurada pela Folha, a Fifa informou que a carga total de ingressos para o Mundial é de cerca de 90.000. Ainda segundo a entidade, 80% das entradas já foram comercializadas, das quais 58% foram adquiridas pelo público local, 10% por brasileiros e 8% por britânicos.
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