Usina levou Uruguai a questionar soberania sobre área conhecida como Rincão de Artigas. Governo brasileiro entende que território faz parte de município gaúcho.
Por:
Wesley Bischoff, G1 ? São Paulo
Publicado em 01 de Julho de 2025 as
10:52 Hrs
A construção de um parque eólico reacendeu a disputa por um território de pouco mais de 200 km² entre Brasil e Uruguai. A faixa de terra é contestada há quase 100 anos pelo governo uruguaio, que afirma que a demarcação da fronteira foi feita de maneira equivocada na região.
No centro da disputa está uma região conhecida como Rincão de Artigas. Do ponto de vista brasileiro, a área faz parte do município de Santana do Livramento (RS).
O território tem formato que lembra um triângulo e é pouco habitado.
Em 2022, a Eletrobras iniciou a construção de um parque eólico na região, conhecido como Coxilha Negra.
Em junho deste ano, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai publicou uma nota afirmando que não reconhecia o território como brasileiro.
O governo uruguaio disse ainda que os dois países deveriam voltar a discutir a disputa territorial.
Em 1851, Brasil e Uruguai assinaram um tratado para delimitar a fronteira entre os dois países. Até o início do século 19, o atual território uruguaio era considerado uma província do Império do Brasil — conhecida como Cisplatina.
O Brasil reconheceu a independência do Uruguai em 1828, após a Guerra da Cisplatina.
Depois, os dois países passaram a negociar a delimitação dos próprios territórios
Na década de 1850, foram assinados um tratado e atas que traçaram oficialmente a fronteira entre Brasil e Uruguai.
A demarcação oficial foi feita pelas autoridades com base nos limites estabelecidos nos documentos.