Animal de cerca de 30 dias aparentava sinais de desidratação e deve passar por avaliação veterinária e cuidados especializados em Belém
Uma família de Soure, no Arquipélago do Marajó, entregou voluntariamente às autoridades ambientais um filhote de jaguatirica (Leopardus pardalis).
O animal, de cerca de 30 dias de vida, foi encaminhado nesta segunda-feira (22) ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em Belém, onde já recebe acompanhamento veterinário até a definição de sua destinação final.
Resgate
O filhote foi localizado em uma área de mata chamada Boa Fé, no bairro Tucumanduba, em Soure.
Pesando apenas 0,546 kg, ele apresentava sinais de desidratação, mas não tinha ferimentos aparentes.
Após os primeiros cuidados, foi transferido para Belém em uma operação conjunta entre instituições ambientais.
Primeiros cuidados e avaliação
“A primeira análise indicou que, apesar da desidratação, o filhote tem boas chances de recuperação. Ele agora será acompanhado pela equipe técnica do Cetras, que fará o monitoramento e a reabilitação adequados, para que futuramente se avalie a possibilidade de reintrodução na natureza”, explicou Hugo Dias, gerente da Região Administrativa do Marajó do Ideflor-Bio.
Importância ecológica e legislação
A jaguatirica é um felino de médio porte da Amazônia e do Cerrado, facilmente confundido com a onça devido à pelagem amarelada com manchas e listras.
O animal desempenha papel essencial no equilíbrio ecológico, controlando populações de pequenos mamíferos, aves e répteis.
A espécie enfrenta ameaças pela perda de habitat e pela caça predatória. No Brasil, a legislação protege a fauna silvestre.
O artigo 29 da Lei Federal nº 9.605/1998 prevê pena de detenção e multa para quem matar, caçar ou manter animais silvestres em cativeiro sem autorização. Por isso, a entrega voluntária é considerada uma medida legal e responsável, que possibilita o tratamento adequado e, muitas vezes, a devolução do animal à natureza.
A ação foi organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), por meio do Escritório Regional do Marajó (Soure) e da Gerência da Região Administrativa do Marajó (GRM); pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) de Soure; e pelo Instituto Bicho D’água. O procedimento foi formalizado por meio de um termo de entrega voluntária.