
Por acordo Mercosul-UE, Brasil prepara campanha e conta votos de europeus
Autoridades brasileiras veem ambiente favorável após tarifaço de Trump, mas não há garantia
Por: Assessoria
Publicado em 09 de Maio de 2025 as 11:22 Hrs
Como parte do esforço pela ratificação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), até o fim deste ano, o Brasil prepara uma “campanha antidifamação” para evitar que consumidores europeus vejam o agro brasileiro como vilão ambiental.
Embora as autoridades em Brasília vejam um cenário favorável à aprovação do acordo, especialmente após o “tarifaço” promovido por Donald Trump nos Estados Unidos, a leitura é de que não há garantias e de que surpresas podem ocorrer até a reta final.
As incertezas têm levado negociadores a utilizar um aplicativo no celular chamado “Council Voting Calculator”, disponibilizado pela própria UE para simular os votos de cada país do Conselho e projetar possíveis resultados. É normal haver mudanças de um dia para outro, segundo uma dessas fontes.
Maior país do Mercosul, o Brasil prevê momentos sensíveis da negociação ao longo dos próximos meses. Diplomatas avaliam que, enquanto os países apoiadores do acordo são discretos, os contrários fazem barulho, repetindo a versão de que a agricultura brasileira não respeitaria os padrões europeus.
“Nosso trabalho permanente será fornecer informações, explicar a realidade sobre os processos produtivos brasileiros e demonstrar que cumprimos as regras internacionais. Caso contrário não seríamos, já agora, o maior fornecedor do agro para a Europa”, diz o embaixador do Brasil junto à UE, Pedro Miguel da Costa e Silva.
De acordo com ele, isso vai exigir mais energia do governo para “vender” a imagem do Brasil e reforçar as credenciais do país. “É uma tarefa difícil, mas necessária, porque envolve não só a aprovação do acordo, mas a defesa da nossa reputação”, salienta o embaixador.
Para avançar nas tratativas e tentar antever o panorama das próximas etapas, uma comitiva da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), passou a última semana de abril em agendas na Europa.
A missão oficial começou em Portugal, um parceiro histórico do Brasil e um dos países entusiastas do acordo com o Mercosul; passou pela Polônia, que já se manifestou de forma contrária; e terminou na Bélgica, sede da União Europeia, considerada uma incógnita na votação.
A expectativa é de que o Conselho Europeu vote o acordo em setembro, depois das férias de verão no continente. O acordo precisa do apoio de 55% dos países da UE, desde que, juntos, eles representem 65% da população do bloco. A Itália é considerada a fiel da balança – seu posicionamento pode ser crucial para travar ou validar o acordo.
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