PIB brasileiro cai 4,1% em 2020, maior queda da série histórica iniciada em 1996
No quatro trimestre, houve avanço de 3,2%
Por: CNN
Publicado em 03 de Março de 2021 as 09:23 Hrs
Apesar do avanço de 3,2% da economia brasileira no quarto trimestre de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulado do ano sofreu uma retração de 4,1%. O número foi divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior retração desde 1996, quando teve início a série histórica.
A queda interrompe o ciclo de três altas consecutivas, entre 2017 e 2019, após dois anos de retração. O resultado veio um pouco pior que a expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, que na última terça-feira (2) projetou que o PIB cairia pouco menos que 4%.
O PIB de 2020 caiu bem menos que o esperado no início das crises econômica e sanitária, causadas pela pandemia. Entre abril e junho, meses mais impactados pelas crises, as projeções de órgãos internacionais chegaram a ser de tombos de quase 10%.
A partir do segundo semestre, com sinais da recuperação da atividade, as previsões tanto de órgão internacionais, como do mercado financeiro e da equipe econômica, foram melhorando e se aproximando de quedas entre 4% e 5%. A estimativa oficial do ministério da Economia era de recuo de 4,5%.
De acordo com o IBGE, o PIB per capita, ou por habitante, recuou 4,8% em 2020, alcançando R$ 35.172.
Embora as estimativas para 2021 sejam de alta de mais de 3% no PIB, recuperando parte da perda do ano passado, o aumento dos casos de Covid-19 e a vacinação lenta no começo do ano devem fazer com que o indicador ainda registre uma retração no primeiro trimestre, conforme estimativas do IBRE-GFV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).
Resultado da soma de tudo o que o país produziu em determinado período, o PIB é um dos indicadores mais importantes do desempenho da economia de um país. Os dados são divulgados pelo IBGE trimestralmente.
Enquanto pelo lado da oferta, são considerados resultados dos setores industrial, de serviços e agropecuário, o lado da demanda leva em conta o consumo das famílias, o consumo do governo, os investimentos e as exportações menos as importações.
Em valores correntes, o PIB do ano passado totalizou R$ 7,4 trilhões. Esse foi o segundo pior desempenho da história da economia brasileira. Até hoje, a maior queda já registrada no indicador foi de 4,35%, em 1990, no governo do ex-presidente Fernando Collor.
"Nos chama atenção a melhora ainda discreta da Formação bruta do Capital Fixo sobre o PIB que atingiu 16%. Este número tem que melhorar ainda mais, mas a variação na margem do Investimento em 20% é um bom sinal", afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton.
Com isso, a economia brasileira ocupa a 22ª colocação em um ranking que mede o avanço ou o retrocesso do PIB em 50 países, elaborado pela Austin Rating.
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