Quais outras doenças podem ser confundidas com a varíola do macaco
Catapora, sarampo e herpes, por exemplo, também causam lesões na pele e precisam ser descartados antes de um caso se tornar suspeito
Por: R7
Publicado em 17 de Junho de 2022 as 10:05 Hrs
Nas últimas semanas, profissionais de saúde de estados e municípios brasileiros passaram a lidar com uma nova rotina diante do surgimento de casos suspeitos de varíola do macaco, doença que pode ser confundida com outras cujo sintoma mais comum sejam as lesões na pele.
Até uma semana atrás, o Brasil não havia registrado um caso sequer de varíola do macaco. Agora, já há seis confirmações.
A varíola do macaco, que é endêmica (ocorre com frequência) na África, passou a ser uma preocupação global e tem mais de 2.000 casos registrados em aproximadamente 40 países – o primeiro foi em 7 de maio.
O Ministério da Saúde ainda investiga outros oito casos suspeitos. O tempo de espera para a constatação ou não da infecção gera dúvida sobre os motivos que levam à demora no diagnóstico.
Para o infectologista Filipe Piastrelli, do corpo clínico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, são duas as causas que explicam a falta de celeridade nos diagnósticos: o surto da varíola do macaco é novidade aqui e no mundo e o número de doenças que precisam ser descartadas até que o caso se torne suspeito.
"A definição de caso suspeito do Ministério da Saúde envolve justamente isso, uma erupção cutânea que não pode ser explicada por outra doença. Então, o primeiro passo é realmente descartar outras doenças que possam explicar o quadro do paciente. Além disso, é uma coisa nova, até agora nunca tínhamos tido nenhum histórico no Brasil, é pouco conhecida no nosso cenário. A gente ainda está aprendendo muito sobre a varíola do macaco", diz ele.
Entre as doenças sugeridas como diagnóstico diferencial pela literatura médica e pela OMS (Organização Mundial de Saúde) estão catapora (varicela), herpes simples e herpes-zóster e a doença do molusco contagioso.
Outras doenças que também causam erupções cutâneas e podem gerar dúvida incluem sífilis, alergias e até, eventualmente, sarampo.
São doenças que têm lesões que aparecem primeiro como uma pequena manchinha, que evolui para uma pápula, como se fosse uma espinha, que passa a ser uma vesícula, que é uma espinha com líquido, e que pode ter a forma de pústula, quando esse líquido se torna um pouco purulento, e forma uma lesão com crosta, aquela casquinha, e por fim a úlcera e vai para cicatrização.
O infectologista explica que o mais importante é os médicos levantarem um histórico detalhado dos pacientes.
"O nível das informações do paciente vai nos direcionar a uma ou outra doença. Primeiro, entender bem qual é história: quando a lesão surgiu, como é o aspecto evolutivo dessa lesão. A gente vai ver o paciente como uma fotografia, mas tem de entender como foi a primeira lesão que apareceu, como ela evoluiu, como foi a evolução em relação à febre", alerta Piastrelli.
A febre é outro sintoma comum à varíola do macaco e às doenças selecionadas como diagnóstico diferencial. Pacientes também apresentam inchaço dos linfonodos no pescoço, axila ou virilha.
O aspecto das pústulas ou das lesões também auxilia os médicos. "Cada uma dessas doenças tem particularidades, e às vezes só pela história clínica, pelo contexto, a gente consegue diferenciar", explica o médico.
Além da análise clínica, podem ser usados exames laboratoriais para que seja feito o diagnóstico diferencial. Como as doenças a ser investigadas são comuns no Brasil, os laboratórios e o SUS (Sistema Único de Saúde) têm disponibilidade desses testes.
Se foram descartadas todas as outras doenças, será feito um exame molecular (RT-PCR), que analisa amostras de material coletado das lesões, seguido de um sequenciamento genético que vai identificar se a infecção é pelo vírus da varíola do macaco (monkeypox vírus).
"São exames demorados do ponto de vista do processamento", lembra Piastrelli.
Todos os seis pacientes com varíola do macaco no Brasil – quatro em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul – viajaram recentemente para países da Europa onde há surto da doença, ou seja, são casos importados. Não há até o momento registro de transmissão comunitária aqui.
Especialistas ressaltam que a ligação com viagens ou o contato com alguém que retornou do exterior também devem ser considerados.
Nesse contexto, um paciente que teve febre, linfonodos, inchaços e lesões na pele, com histórico de viagem, passa a ser considerado um caso provável.
Para Piastrelli, é importante neste momento reforçar as orientações à população sobre a doença e os sintomas.
"Ainda não temos casos de monkeypox de transmissão interna. O nosso principal fator de risco é a pessoa que viajou para fora ou quem não viajou mas teve contato com alguém com a suspeita da doença e que tenha viajado. Então, acho que [deve haver] a conscientização da população sobre o problema, sobre o risco de ter caso e a procura por assistência o mais rápido possível para que as medidas de contingência sejam adotadas adequadamente", finaliza o infectologista.
- COMENTÁRIOS
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
20:17
Prefeito Edelo Ferrari recebe documentação do Loteamento Parque do Empreendedor I
O Parque do Empreendedor Ivani Ferrari compreende a uma área total de 94 hectares
18:20
Servidora de Brasnorte enfrenta processo disciplinar após vazamento de vídeo de Sexo em secretaria
O objetivo da sindicância foi apurar os fatos e reunir evidências sobre a conduta da servidora
18:17
Em Nova Iorque, Virginia Mendes e Mauro Mendes participam de jantar em homenagem ao empresário Alexandre Birman
No evento, Birman falou sobre a ação em prol do povo gaúcho.
17:02
Mato Grosso se mantém como maior produtor de grãos do país em 2024
Estado deve colher 85,7 milhões de toneladas de grãos e continuará contribuindo significativamente para o cenário global
16:48
Prefeitura de Juína disponibiliza boletos do IPTU 2024 com descontos e opções de pagamento
Os boletos estão disponíveis no site da Prefeitura, na seção de serviços online
16:41
Estorno do Leilão de Imóveis no Loteamento Pantanal para os não Contemplados
O processo de estorno estará disponível a partir do dia 15 de maio
17:19
Comunidade juinense arrecada mais de 44 toneladas de donativos para o RS
As arrecadações foram destinadas para o município de Canoas/RS
11:34
Morre a deputada federal Amália Barros, aos 39 anos
Parlamentar estava internada desde o dia 1º de maio, para fazer uma cirurgia de retirada de um nódulo no pâncreas
21:40
Prefeito Edelo Ferrari apresenta novo maquinário para Agricultura Familiar de Brasnorte
Os equipamentos foram contemplados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar
14:16
Dito Costa é detido com carro clonado e se diz vítima de armação
Policia civil atuou em Juína e foi preso em Alcorizal/MT com um carro clonado
MAIS LIDAS
Comunidade juinense arrecada mais de 44 toneladas de donativos para o RS
Servidora de Brasnorte enfrenta processo disciplinar após vazamento de vídeo de Sexo em secretaria
Prefeito Edelo Ferrari recebe documentação do Loteamento Parque do Empreendedor I
Morre a deputada federal Amália Barros, aos 39 anos
Prefeitura de Juína disponibiliza boletos do IPTU 2024 com descontos e opções de pagamento
Em Nova Iorque, Virginia Mendes e Mauro Mendes participam de jantar em homenagem ao empresário Alexandre Birman
Estorno do Leilão de Imóveis no Loteamento Pantanal para os não Contemplados