'Não devemos avaliar origem da vacina, mas sua eficácia', diz Doria
Governador de SP fez a afirmação ao ser questionado sobre a possibilidade de o governo federal descartar milhares de doses da vacina chinesa.
Por: G1
Publicado em 21 de Outubro de 2020 as 14:21 Hrs
O governado de São Paulo, João Doria, afirmou nesta quarta-feira (21) que "não devemos avaliar a origem da vacina, mas sua eficácia". A declaração foi dada em coletiva de imprensa no Senado, em Brasília.
Mais cedo, por meio de uma rede social, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil não irá comprar "a vacina da China". Pouco depois, também via rede social, o presidente voltou ao assunto e disse que "não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem."
Após as postagens de Bolsonaro, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou nesta quarta que "não há intenção de compra de vacinas chinesas" contra a Covid-19.
A afirmação foi feita um dia depois de a própria pasta anunciar uma negociação para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19.
Doria fez a afirmação nesta quarta ao ser questionado sobre a possibilidade de o governo federal descartar milhares de doses da vacina chinesa.
Na avaliação do governador, o Brasil não pode e não deve estar por uma corrida pela vacina, mas pela vida. "A vacina é o que vai salvar a todos, não é política, não é ideologia", disse.
Doria fez um apelo a Jair Bolsonaro e pediu que o presidente da República tenha grandeza e lidere o Brasil para a saúde. "Temos que vencer o vírus e vencer o vírus significa vacinar. E que a paz também possa chegar ao espírito e as atitudes do presidente da República", disse.
Acordo com SP
A Sinovac tem um contrato de fornecimento e transferência de tecnologia da CoronaVac com o Instituto Butantan, em São Paulo.
O acordo prevê que a farmacêutica envie 6 milhões de doses da vacina já prontas até dezembro, enquanto as outras 40 milhões teriam o processamento finalizado (o envasamento) no Butantan.
O diretor do instituto, Dimas Covas, também estava na coletiva de imprensa desta quarta no Senado e afirmou que a vacina está sendo produzida há quatro meses pelo Butantan. Covas disse esperar que a vacina seja adotada pelo programa de imunização brasileiro.
Doria destacou que o Butantan há trinta anos integra o programa de imunização. "A vacina do Butantan é a vacina dos brasileiros. Não misturamos saúde com ideologia", disse.
Na coletiva, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchtey, afirmou que o que faz um país ser desenvolvido é ter vacina
"Esse vírus [novo coronavírus] veio para ficar. Se não tivermos vacinas... só assim poderemos vacinar brasileiros. Sem isso, continuaremos a ver mortes, internações". disse.
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