Interrogatórios são determinação do ministro Alexandre de Moraes; na semana passada, Tércio Arnalud, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro, foi ouvido pela corporação
A PF (Polícia Federal) se debruça para colher, nesta semana, novos depoimentos de investigados no inquérito das fake news, que apura a disseminação de conteúdo falso na internet e ataques a ministros e instituições.
Na última quinta-feira (3), a PF interrogou Tércio Arnaud, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro (PL). Ele é apontado como um dos integrantes do chamado "gabinete do ódio" no governo Bolsonaro, nome dado ao grupo de comunicação comandado pelo vereador e filho do ex-presidente Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
A estrutura supostamente funcionava dentro do Palácio do Planalto para espalhar notícias falsas e atacar adversários do então presidente.
À PF, Tércio negou que a estrutura para espalhar fake news e atacar adversários políticos existisse na gestão anterior. O ex-assessor também não reconheceu parte dos nomes questionados.
O ex-assessor da Presidência não será o único a falar aos investigadores. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que já existe há seis anos no STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a PF colha novos depoimentos para finalizar o caso. Nesta semana, ao menos outros dois investigados devem depor.
Em 16 de dezembro do ano passado, Moraes prorrogou o inquérito por mais seis meses. Com esses novos interrogatórios, a PF acredita que o inquérito chegará ao fim, com indiciamentos e as respostas sobre a existência, o financiamento, o modo de atuar e a identificação de todos os participantes do chamado “gabinete do ódio”.
As investigações apontam divulgação de notícias fraudulentas, falsas comunicações de crimes, denúncias caluniosas, ameaças e “memes” para caluniar, difamar e injuriar o STF e seus integrantes, por meio de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais.