
OMS diz que 'alguns países de alta renda' estão prejudicando aquisição de vacinas
'Se não houver vacinas para comprar, o dinheiro é irrelevante', afirmou Tedros Adhanon, que pediu para os países ricos respeitarem os contratos feitos entre os fabricantes
Por: G1
Publicado em 22 de Fevereiro de 2021 as 17:19 Hrs
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanon, afirmou nesta segunda-feira (22) que o mecanismo internacional Covax enfrenta dificuldades em adquirir vacinas por causa dos contratos que países ricos estão fazendo com os fabricantes.
"Alguns países de alta renda estão firmando contratos com fabricantes de vacinas contra a Covid-19 que prejudicam os negócios que a Covax tem em vigor e reduzem o número de doses que o mecanismo pode comprar", disse Tedros, sem citar o nome de nenhuma nação.
"Mesmo se tivermos os fundos, só podemos entregar vacinas aos países mais pobres se os países de alta renda cooperarem no respeito aos acordos já feitos pela Covax e os novos acordos que estamos fazendo", pediu o dirigente.
Segundo o diretor-geral da entidade, além da competição em conseguir as doses, o Covax também precisa de pelo menos 22,9 bilhões de dólares para financiar totalmente a meta deste ano, que é "iniciar a vacinação de trabalhadores da saúde e idosos em todos os países dentro dos primeiros 100 dias de 2021", informou Tedros.
"É importante notar, no entanto, que o dinheiro não é o único desafio que enfrentamos. Se não houver vacinas para comprar, o dinheiro é irrelevante", disse o diretor-geral.
O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Tony Fauci, também participou da coletiva da OMS desta segunda e demonstrou preocupação com distribuição desigual das vacinas contra a Covid-19 no mundo.
"Precisamos fazer com que as vacinas sejam distribuídas de maneira equitativa, e não somente nos EUA", pediu Fauci.
“Não podemos levar dez anos para a vacina chegar a todos nos países mais pobres", complementou a diretora-geral assistente de medicamentos da OMS, Mariângela Simão, que também participou do evento.
Vacinação desigual
A vacinação desigual também foi tema de uma coletiva da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço regional da OMS, na semana passada.
Na ocasião, a diretora da Opas, Carissa F. Etienne, disse que a cobertura vacinal nas Américas precisa ser muito alta, com mais de 700 milhões de imunizados, para região alcançar imunidade de rebanho contra a Covid-19. Em contrapartida, menos de 63 milhões já foram vacinados.
"Dois meses após a entrega da primeira vacina contra a Covid-19, quase 63 milhões de pessoas foram vacinadas nas Américas e Caribe. A maioria dos vacinados está em países do Norte. Embora esses números sejam encorajadores, não são suficientes", afirmou Etienne.
"Para se beneficiar da imunidade coletiva proporcionada pelas vacinas, a cobertura deve ser muito alta. Mais de 700 milhões de pessoas nas Américas teriam que ser vacinadas para garantir uma cobertura de 70% da população", disse a dirigente da Opas.
No final de janeiro, a OMS apresentou um estudo para convencer os países ricos a aderir à iniciativa Covax para vacinação em regiões pobres do mundo. Segundo o estudo, a falta de vacinação contra Covid-19 no mundo inteiro pode custar US$ 9,2 trilhões (cerca de R$ 50 trilhões, na cotação atual), e que cerca de metade disso iria ser um prejuízo das economias mais ricas.
Doses da Covax
A Covax é uma iniciativa liderada pela OMS e pela Gavi, a aliança global de vacinas, para garantir uma distribuição mais equitativa de vacinas contra a Covid entre países ricos e pobres. A intenção é garantir doses a países para imunizar ao menos 20% de suas populações.
Para isso, a aliança vai disponibilizar ao menos 2 bilhões de doses de vacinas até o fim de 2021 e 92 países pobres deverão ter acesso a 1,3 bilhão de doses ainda no primeiro semestre.
Nas Américas, 37 países participam da Covax. Desses, 27 vão comprar as vacinas com seu próprio dinheiro; os outros 10 vão receber as vacinas de forma gratuita – ou por sua condição econômica ou por causa do tamanho da população.
O Brasil está na lista dos que vão comprar as próprias doses. O país deve receber 10,6 milhões de vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford no primeiro semestre.
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