Índios ateiam fogo em ponte para impedir roubo de madeira em Brasnorte, diz Funai
Por: Maico Strappazzon, Repórter em Ação
Publicado em 25 de Março de 2019 as 19:12 Hrs
A Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão indigenista oficial do Estado brasileiro, responsável por promover os direitos dos povos indígenas no território nacional, divulgou nota de esclarecimento nesta segunda-feira, 25 de março. A nota esclarece denuncia feita por produtor rural de Brasnorte.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o produtor Aguinaldo Horácio, denuncia incêndio na ponte sobre o rio membéca município de Brasnorte.
Ele acusa os índios da região de terem ateado fogo na ponte, supostamente por causa de um pedido de ampliação de reserva indígena negado.
No vídeo o produtor afirma que os indígenas da região, teriam incendiado a ponte, em retaliação devido ao pedido de ampliação de área não ter sido aprovado.
O caso ganhou grande repercussão no estado, o prefeito de Brasnorte Mauro Rui Heisler (PSD), registrou boletim de ocorrência na delegacia de Policia Civil e pediu punição aos responsáveis.
Por volta 16h20min desta segunda-feira, a Funai emitiu nota de esclarecimento e confirmou que os indígenas foram os responsáveis pela destruição da ponte, e que atearam fogo para evitar que um caminhão carregado com madeira roubada pudesse sair da área indígena.
NOTA À IMPRENSA
Em razão dos inúmeros pedidos de manifestação sobre um vídeo compartilhado nas redes sociais nesse sábado (23), que mostra um suposto produtor rural do município de Brasnorte (MT) denunciando indígenas da TI Manoki que teriam ateado fogo na ponte sobre o rio Membeca para impedir a produção de lavoura e gado na região, a Fundação Nacional do Índio esclarece:
A Terra Indígena Manoki está declarada desde 2008. Por ainda não ter sido homologada, a região está em litígio e é alvo permanente de invasores. Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que fiscaliza constantemente a área, a ponte sobre o rio Membeca é rota diária para crimes ambientais e fuga do fluxo de fiscalização.
De acordo com o chefe da unidade técnica do Ibama em Juína (MT), Evandro Carlos Selva, a ponte dá acesso a algumas propriedades rurais mas serve também para quem, segundo ele, continua insistindo em roubar madeira da terra indígena. “Os madeireiros usam a rota para ir direto para o município de Nova Maringá e não passar pela fiscalização da rodovia”, alertou.
Nos dias 11 a 13 de março, o órgão realizou uma operação no local que apreendeu uma pá-carregadeira de 20 metros cúbicos de madeira em tora ilegal retirada da TI. “De 2013 pra cá intensificamos bastante nossa presença aqui na região e fizemos inúmeros relatórios da situação de invasão na terra indígena Manoki”, ressaltou o agente. Selva informou ainda que o Ibama está finalizando o relatório das ações deste mês e que a destruição da ponte pelos indígenas aconteceu após a operação do órgão.
Informações obtidas pela Funai da região confirmam que o grupo de indígenas ateou fogo na ponte para impedir que um caminhão carregado de madeira ilegal saísse da TI. “Esse episódio já aconteceu outras duas vezes. A função dessa ponte é apenas a de levar madeira ilegal da terra indígena”, afirmou um servidor.
Com Assessoria de Comunicação da Funai
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