
Assassinos planejaram ataque em escola de Suzano por um ano e meio
Polícia analisa conversas entre Guilherme Taucci e Luiz Henrique de Castro
Por: Folha de S. Paulo
Publicado em 14 de Março de 2019 as 15:12 Hrs
A dupla que matou oito pessoas em Suzano (Grande SP) planejava o ataque há cerca de um ano e meio. A informação foi confirmada em sigilo por uma fonte policial que acompanha o caso.
Segundo o policial, Luiz Henrique de Castro, 25, e Guilherme Taucci Monteiro, 17, conversaram sobre o ataque por meio de mensagens de texto. O teor das conversas não foi informado.
Uma das linhas de investigação da Polícia Civil é a de que o tio de Guilherme tenha descoberto o plano da dupla e, por isso, os criminosos teriam feito uma "queima de arquivo".
Outras linhas de investigação não foram esboçadas.
A polícia acrescentou que as armas usadas no crime foram compradas por Monteiro, com o dinheiro que recebeu de um carrinho de cachorro-quente onde trabalhava. O valor das compras e onde foram feitas é verificado pela polícia.
Já o carro usado pela dupla, um Onyx branco, foi alugado por Castro, segundo nota da Localiza, em 21 de fevereiro, com devolução para o dia 15 deste mês.
A polícia também divulgou dois cadernos escolares apreendidos no carro usado pela dupla, nos quais há desenhos. O material será analisado por investigadores.
Uma escola pública tradicional na Grande São Paulo, a escola estadual Raul Brasil, em Suzano, foi palco de um massacre no estilo dos ocorridos nos Estados Unidos. Luiz Henrique de Castro, 25, e Guilherme Taucci Monteiro, 1,7 planejaram e executaram o assassinato de ex-colegas e funcionários da Raul Brasil usando um revólver, carregadores, uma arma medieval e uma machadinha.
Antes, haviam matado o tio do adolescente. Morreram os estudantes Kaio Lucas da Costa Limeira, Cleiton Antonio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquiades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino e as funcionárias Marilena Ferreira Umezu e Eliana de Oliveira Xavier.
O crime ocorre em meio ao debate sobre posse de armas e chama a atenção por ter sido cometido em dupla e longamente planejado. O presidente Jair Bolsonaro lamentou o atentado seis horas após ocorrido.
A CRONOLOGIA DO ATENTADO
1. Por volta de 9h, Luiz Henrique de Castro, 25, e Guilherme Taucci Monteiro, 17 , atacam dono de locadora de carros e lava jato próximo à escola a tiros —o homem é socorrido, mas não resiste e morre no hospital
2. Os dois seguem até a escola, onde entram e atiram na coordenadora pedagógica, que morre
3. Eles atiram em uma segunda funcionária, a agente de organização escolar, que também é morta
4. Os atiradores se encaminham para o pátio da escola. É hora do lanche e há apenas alunos do ensino médio
5. Os atiradores abrem fogo. Quatro adolescentes são mortos no local, e outros são feridos
6. Atiradores se dirigem para o centro de línguas que funciona na escola, em outro andar. Lá, a professora e os alunos se trancam em uma sala
7. Do lado de fora, eles veem os policias se aproximando e um teria atirado no outro e depois se suicidado
8. Polícia chega ao local 8 minutos após ser chamada
OUTROS CASOS
Já houve no país ao menos outros sete casos similares ao de Suzano com atiradores (alunos ou não) dentro de escolas abrindo fogo contra estudantes e outras pessoas.
Em Salvador, um jovem de 17 anos matou duas colegas dentro da sala do colégio particular Sigma e foi preso em flagrante. À época, em 2002, a delegada encarregada do caso afirmou que o revólver calibre.38 utilizado pelo garoto pertencia ao pai, que era perito policial.
Em janeiro de 2003, em Taiúva (a 363 km de São Paulo), Edmar Aparecido Freitas, 18, ex-aluno da escola estadual Coronel Benedito Ortiz, invadiu o pátio da instituição, atirou em alunos, professores e funcionários e depois se matou.
Em abril de 2011, em Realengo (zona oeste do Rio), doze adolescentes –dez meninas e dois meninos– morreram no massacre da escola municipal Tasso da Silveira. Eles foram vítimas de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que atirou contra as vítimas na sala de aula.
No mesmo mês, um adolescente de 14 anos que se disse vítima de bullying matou um colega com golpes de faca no interior do Piauí. O caso ocorreu na zona rural da cidade de Corrente, no extremo sul do Estado.
Também em 2011, mas em setembro, um aluno de 10 anos de idade que estava no 4º ano atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, e depois se matou na escola Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo).
Em abril de 2012, um adolescente de 16 anos atirou em outras três alunas de escola estadual de Santa Rita (região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba). O objetivo do rapaz era acertar um menino de 15 anos com quem havia discutido duas vezes.
O último caso foi em outubro de 2017, quando um adolescente de 14 anos matou dois colegas e feriu outros quatro, em Goiânia. O jovem utilizou uma pistola .40 da mãe, que assim como o pai é policial militar. Segundo a Polícia Civil, na época, o adolescente foi motivado por bullying.
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