
Aluno no Brasil falta mais e perde mais tempo de aula com bagunça
Fatia dos brasileiros que se sentem tristes é maior que a média do Pisa; apesar de melhor nota, meninas se sentem menos confiantes.
Por: Folha De São Paulo
Publicado em 03 de Dezembro de 2019 as 14:21 Hrs
Alunos brasileiros faltam mais na escola e perdem mais tempo de aula por indisciplina do que a média dos países que participaram do Pisa, principal avaliação internacional da educação básica.
Além disso, demonstram ter menos confiança em sua capacidade, cooperam menos que os outros e têm visto aumentar casos de bullying, além de ter uma parcela maior de estudantes que se sentem “sempre tristes”.
As conclusões podem ser obtidas pelas respostas dos estudantes no questionário que acompanha a prova. Aplicada pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a cada três anos, ela avaliou em 2018 alunos de 15 anos de 79 países ou regiões.
O exame abrange as áreas de leitura, destaque do relatório deste ano, matemática e ciências.
Segundo o relatório, 41% dos alunos brasileiros reportaram que nas aulas de linguagem (no caso, óbvio, o português), o professor tem que esperar um longo tempo para os estudantes ficarem quietos. Eles alcançaram 19 pontos a menos na prova de leitura do que os estudantes que declararam que isso ou não acontece nunca ou ocorre raramente.
A média de alunos dos países da OCDE que registraram essa mesma constatação é de 26%.
O resultado contribuiu para que o Brasil fosse classificado como um dos países com pior clima disciplinar, ao lado de Argentina, Grécia e Espanha.
Outra disparidade do Brasil em relação aos países da OCDE são as faltas: metade dos alunos não foi algum dia à escola nas duas semanas anteriores ao Pisa. A média da organização é menos da metade: 21%.
Por outro lado, o país se junta aos Estados Unidos e ao Reino Unido como um dos países em que há mais competição do que colaboração na escola, ao contrário de Alemanha, Dinamarca, Holanda e Japão.
A proporção de alunos brasileiros que diz que seus colegas cooperam uns com os outros é de 62%, e a dos que dizem competir, de 57%. Ambas são maiores que as da média da OCDE.
Por outro lado, a parcela de alunos sem autoconfiança é maior. No Brasil, 77% acham que conseguem normalmente achar a saída para situações difíceis. Na OCDE, o índice sobe para 84%.
No recorte de gênero, é possível perceber que as meninas são, em geral, menos competitivas e mais motivadas que os meninos, segundo o relatório. E, embora tenham desempenho superior em leitura e semelhante em ciência, a boa performance superior não impede que elas tenham mais medo de falhar, de acordo com as conclusões da avaliação.
De modo geral, considerando meninos e meninas, o relatório mostra que a satisfação dos adolescentes de 15 anos com a vida diminuiu no mundo, em média 0,3 ponto em uma escala de zero a dez, e 0,5 ponto em países como Brasil, onde chegou a 7,05, Estados Unidos (6,75), Japão (6,18) e Reino Unido, que teve a queda mais drástica, de 0,81, caindo para 6,16.
A fatia de alunos brasileiros que declara se sentir sempre triste é consideravelmente mais que o dobro da média da OCDE: 13% do total, contra 6%, só menor que a de Brunei, Macau e Malásia.
O índice de pessoas que sofre bullying também aumentou no Brasil, assim como em outros países como Colômbia e República Dominicana. Os alunos que disseram sofrer a prática algumas vezes por mês passou de 17,5%, em 2015, para 29% em 2018.
Nem tudo, porém, são más notícias: apesar de todas as dificuldades, 83% dos alunos brasileiros relataram que seu professor demonstra satisfação em lecionar, mais do que a média de 74%. O interesse do educador está relacionado a maiores notas no mundo todo.
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