Juína gasta mais de R$ 2 milhões para 'exportar' lixo para Rondônia
Sem autorização para ampliar o atual aterro sanitário, a saída foi transportar o lixo para outro estado.
Por: Repórter em Ação
Publicado em 16 de Abril de 2024 as 17:31 Hrs
O Aterro Sanitário de Juína, localizado a cerca de 20 km do centro urbano do município, virou um lixão ao ar livre e alvo de críticas da população após a prefeitura contratar uma empresa para levar o lixo até o estado de Rondônia. Para se ter uma ideia, somente entre dezembro de 2023, a fevereiro de 2024, a prefeitura já teria desembolsado mais de R$ 400 mil em transporte de lixo que é levado pela BR-174 (Juína a Vilhena).
Todo o problema, segundo apurado pelo Repórter em Ação, é que a última célula do aterro, aberta em 2019 e que teria vida útil entre 5 a 6 anos, foi totalmente abandonada ao final de 2020 e o lixo começou a acumular ao ar livre.
A constatação foi feita em dezembro de 2020 pela equipe da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA-MT) que em vistoria no local afirmou que “o empreendimento estava totalmente abandonado, carecendo de medidas como capina, limpeza, controle de erosão, drenagem de chorume e de águas pluviais, tratamento do chorume e instalação de instrumentação geotécnica”, conforme apontou laudo do órgão.
Segundo o prefeito Paulo Veronese (UB), em 2018 o município de Juína firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP-MT) para resolver o problema, o que foi seguido pela gestão pública.
“Hoje nós temos um cuidado muito grande com o nosso aterro sanitário, encima desse relatório daquela época nós fizemos limpeza no local, temos nossas lagoas desocupadas, temos um monitoramento que está sendo feito por um profissional da área, estamos monitorando possíveis infiltrações, problemas de contaminação e erosão, nós fizemos nesses últimos 03 anos uma manutenção da manta onde está o lixo”, disse Paulo.
Apesar disso repercutiu nas redes sociais, em março, a alternativa encontrada pela gestão de se desfazer do lixo produzido pela população juinense, enviando cargas de lixo ao município de Vilhena, por meio da empresa MFM Soluções.
“Nós visitamos vários aterros sanitários no estado de Mato Grosso, conversamos com vários órgãos para solucionar o problema e a melhor alternativa encontrada para o nosso resíduo foi passar essa gestão de resíduos sólidos para a iniciativa privada, a antiga célula de 2019 chegou no limite e não conseguimos abrir outra por falta de licença ambiental”, justificou Veronese.
O que chama a atenção é o valor do contrato com a empresa MFM Soluções, estimado inicialmente em R$ 2.198.827,93, o que contrasta com o valor de R$ 1.200.000.00 investido na abertura da última célula do aterro em 2019. O contrato entre a prefeitura e a MFM foi de 6 meses, durou de 22/06 a 22/12/23, com renovação automática.
Detalhes do contrato - Reprodução
SOLUÇÃO?
Para o chefe do executivo, o objetivo é passar o aterro sanitário para a iniciativa privada ainda em 2024, assim que for legalizado e licitado a empresa.
O prefeito acredita ainda que a terceirização não irá aumentar encargos para os contribuintes e vai gerar economia para o município e resolver o problema ambiental.
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